"Não estamos a transformar a escola num centro de preparação para exames" - TVI

"Não estamos a transformar a escola num centro de preparação para exames"

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 7 mai 2020, 22:44

Em entrevista à TVI24, o secretário de Estado adjunto e da Educação garante ainda que a testagem a toda a comunidade que vai regressar à escola é uma "caixa de Pandora"

O secretário de Estado adjunto e da Educação, João Costa sublinhou esta quinta-feira em entrevista à TVI24 que a reabertura parcial das atividades letivas no dia 18 de maio não pretende transformar a relação entre o professor e o aluno numa relação estritamente focada nos exames nacionais e esclareceu em que moldes se irão concretizar as aulas em regime presencial.

João Costa salientou que os alunos vão ter presencialmente apenas as aulas cujas disciplinas oferecem exames nacionais que, no caso do 11.º ano, corresponde a Filosofia, Opção de Língua Estrangeira e as duas discilpinas bienais.

Se um aluno optar por não ir às aulas presenciais disponibilizadas por não querer realizar o exame nacional, o secretário de Estado esclarece que o aluno não terá a opção de frequentar remotamente as disciplinas da mesma aula.

Não vamos pedir aos professores para darem a mesma aula em regime presencial e em regime de ensino à distância. Se uma disciplina é presencial não é feita remotamente", afirmou João Costa, sublinhando que o Governo não está a "transformar a escola num centro de preparação para exames".

João Costa adiantou que o prazo de inscrições nos exames foi adiado, de forma a contemplar os alunos que estão indecisos sobre o seu futuro no ensino superior e que pretendem, por exemplo, inscrever-se em dois exames.

Por outro lado, no que toca à realização de exames de melhoria de nota para provas de ingresso, João Costa afirma que "nenhuma nota de exame releva para a nota interna do aluno", sublinhando que qualquer injustiça que possa haver "foi corrigida nas condições de acesso".

Dessa forma, um aluno que tenha reprovado uma disciplina poderá ou repetir a classificação da nota interna, ou realizar o exame nacional como externo, sendo que este método de avaliação conta 100% para a nota final.

João Costa afirma que o Ministério da Educação tem trabalhado com os professores "que estão nas trincheiras" para desenhar horários que possam agrupar anos de escolaridade por períodos da manhã ou da tarde e que sejam realizados entre as 10:00 horas e as 17:00 horas, de forma a que não haja um cruzamento com os horários de ponta.

Perante a possibilidade de alguns Encarregados de Educação não permitirem que o aluno se dirija à escola, o secretário de Estado reitera que o educando não chumbará por faltas. Por outro lado, "é preciso viver com as consequências dessas decisões", afirma.

É uma opção que tem impacto na aprendizagem e na avaliação. Quando faço estas escolhas, tenho de garantir que o aluno continua a aprender".

Sobre a intenção da Fenprof de que sejam realizados testes a todos aqueles que regressem à escola, João Costa assume que estão a ser testadas essas possibilidades. No entanto, "a nível pessoal", o secretário de Estado admite que tem uma enorme resistência a que a testagem se torne uma norma na relação entre entidades empregadoras e trabalhadores.

Abre-se a caixa de Pandora. Qualquer dia pedem o teste da gravidez", remata.

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