Universidade do Porto suspende professor por alegados comportamentos de assédio e discriminação - TVI

Universidade do Porto suspende professor por alegados comportamentos de assédio e discriminação

Reitoria da UP

Em causa está a conduta de Pedro Cosme da Costa Vieira que já chegou a ser apelidado de o "professor mais odiado do momento" e foi alvo de uma participação assinada por mais de uma centena de alunos

Uma participação de 129 alunos da Universidade do Porto levou à suspensão preventiva por 90 dias do professor Pedro Cosme da Costa Vieira, que leciona na Faculdade de Economia, confirmou esta quarta-feira à TVI fonte da instituição.

A participação teve iniciativa de um grupo de alunos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto que denuncia a conduta do docente durante as aulas e sublinha que Costa Vieira teve atitudes que constituem crimes de assédio e discriminação.

A sanção não está definida como sanção do processo, servindo de momento apenas como medida cautelar, e entrou em vigor no dia 15 de fevereiro.

Esta não é a primeira vez que o docente está no centro de uma polémica. 

Em 2015, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto anunciou uma investigação a Cosme Vieira por este ter um discurso assumidamente racista. A Procuradoria-Geral da República também ponderou abrir um inquérito.

As suas palavras levaram-no a estar no meio de um debate aceso entre Francisco Louçã e Duarte Marques. Na altura, o antigo líder do Bloco de Esquerda escreveu que o professor suspenso sugere, por exemplo, "Para aumentar o número de contribuintes, é preciso desviar os barcos com a pretalhada que atravessam o Mediterrâneo para o Algarve” e que essa “pretalhada” devia ser “abatida a tiro”. Ou, "A solução para “diminuir o número de pensionistas é matá-las”

Outra das declarações polémicas do professor também constava no seu blogue pessoal: “Se se fizesse o abate sanitário de todos os infectados com SIDA, a doença desapareceria da face da terra”.

Em outubro, o coletivo de estudantes universitários Quarentena Académica, afirmou estarem a ocorrer atos de xenofobia e racismo por parte de alunos e professores nas Faculdades de Engenharia e Letras da Universidade do Porto.

O coletivo explica mesmo que tem recebido denúncias de estudantes, maioritariamente de nacionalidade brasileira, a respeito de comentários xenófobos e sexistas que estão a ser publicados nas redes sociais por perfis identificados como pertencendo à Universidade do Porto. O coletivo estudantil chega mesmo a dizer que os comentários partem não apenas de alunos, mas também de professores.

Continue a ler esta notícia