Danos da velhice podem ser vencidos em 25 anos - TVI

Danos da velhice podem ser vencidos em 25 anos

Sociedade

Especialista diz que a humanidade tem condições para poder a vir combater «as sete causas mortais» do envelhecimento

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A humanidade está em «boas condições» para ter as tecnologias e os medicamentos necessários para combater «as sete causas mortais» do envelhecimento em 25 anos, segundo um especialista em medicina regenerativa, noticia a Lusa.

«Podemos estar confiantes de que estamos em boas condições de desenvolver estas tecnologias nos próximos 25 anos», disse Aubrey de Grey, gerontólogo da Universidade de Cambridge, num congresso em Madrid.

«Temos que lidar com a magnitude do sofrimento e danos que o envelhecimento causa», disse De Grey, especialista que defende a aposta num novo paradigma de combate ao envelhecimento para atrasar o processo.

De Grey, um dos responsáveis da SENS Foundation, que se dedica a engenharia regenerativa humana, insistiu que, para que isto avance, é necessário «entusiasmo público que se transforme depois em política pública».

«Continua a ser uma área subfinanciada, com pouco investimento na procura de medicamentos que combatam os danos do envelhecimento e, em paralelo, apenas medicamentos geriátricos», afirmou.

O futuro da saúde foi um dos temas em debate no primeiro dia da 2ª edição do Congresso de Mentes Brilhantes, que reúne em Madrid dezenas de especialistas em campos tão variados como o ambiente, a saúde, a tecnologia e a economia.

Considerando que a saúde do futuro «será essencialmente sobre os temas do envelhecimento», De Grey afirmou que é possível combater o envelhecimento.

«Muitas pessoas pensam que envelhecer é como querem morrer, em vez de terem doenças cardiovasculares, ou cancro ou outras. Mas isso não é uma forma biologicamente correcta de ver a coisa», disse.

«Todas estas doenças são de envelhecimento. São as manifestações finais de um processo que decorre toda a vida, que é o envelhecimento, o maior problema médico da humanidade», frisou.

Este especialista defende que, para que os métodos de combate ao problema sejam eficazes, não se pode apostar apenas «no antes» e no «depois» do envelhecimento, mas sim durante, «entrando no corpo pontualmente para reparar os danos causados».

Actuar antes, «no metabolismo que causa os danos» é demasiado complexo, «já que se desconhece muito mais sobre o metabolismo do que se conhece», e lidar depois, com cuidados geriátricos, com os efeitos é inadequado porque os danos já são demasiados.

A alternativa, defende, é actuar com métodos regenerativos, «recuperando a estrutura de tecidos biológicos, de órgãos» ou actuar «ao nível molecular, restaurando a estrutura de algumas coisas ao nível celular».

«Quase tudo hoje é medicina geriátrica. Trata-se as doenças da idade como outras doenças. Mas por causa dos danos acumulados, é um trabalho cada vez mais difícil e menos eficaz», disse.

A alternativa é atacar «as sete coisas mortais», como lixo dentro das células, lixo fora das células, células a mais ou células a menos, mutações de cromossomas ou da mitocondria e cruzamentos de proteínas.

«Desde 1982 que não se identifica um novo tipo de dano causado. E estamos muito próximos, talvez poucas décadas, de combater cada uma destas sete formas de causar danos ao corpo», disse.
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