Isqueiros e tabaco mantinham o moral em cima durante o Ultramar - TVI

Isqueiros e tabaco mantinham o moral em cima durante o Ultramar

Portugal enviava tabaco aos soldados durante a Guerra Colonial para manter o moral em cima.

As condições nas casernas durante a Guerra Colonial eram muito pobres. Numa tentativa de moralizar as tropas, os regimes em guerra tentavam fazer com que se sentissem o mais bem possível. Nesse sentido, o tabaco era "o grande presente" para enviar aos soldados no Ultramar.

O Ephemera deste fim-de-semana mostra vários objetos desse tempo, desde chapéus sui generis de tropas indígenas ao serviço de Inglaterrra e Portugal a caixas de ração dadas aos soldados durante aquele período bélico.

Sendo o tabaco um dos bens mais cobiçados, servindo mesmo de "moeda de troca", muitas entidades oficiais e não oficiais enviavam largas encomendas, com especial destaque para as épocas festivas, como o natal.

Os objetos deste período da História portuguesa são dos mais raros e difíceis de encontrar, uma vez que muita gente se desfaz deles quando os familiares que participaram na Guerra Colonial morrem. Apesar disso, o arquivo Ephemera conseguiu salvar alguns deles, incluíndo quando já estavam no próprio lixo.

Entre os objetos resgatados há uma bolsa da Cruz Vermelha Portuguesa, que inclui isqueiro e tabaco. Estes presentes datam de 1966 e 1967. Também o Movimento Nacional Feminino enviava o mesmo tipo de lembranças e o Ephemera tem guardados exemplares do natal de 1960 e 1970.

Mais raro é um bloco de apontamentos, que facilitava a correspondência entre os soldados e a pátria longínqua, através dos célebres aerogramas. Muitos soldados escreviam à família, mas também havia casos em que, não querendo escrever para os familiares, endereçavam as cartas às "madrinhas de guerra". Estas eram muitas vezes personalidades do teatro e da música, que recebiam um grande número de cartas de admiradores no Ultramar.

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