Guia para a utilização das máscaras: o que nunca pode esquecer - TVI

Guia para a utilização das máscaras: o que nunca pode esquecer

A máscara já é um acessório diário na vida dos portugueses e é considerada pelos especialistas como uma arma poderosa na disseminação do novo coronavírus. Perante isto, nunca é demais lembrar que ela deve ser usada - sempre - de forma correta

Muito se tem falado sobre o uso da máscara e este equipamento de proteção, pelo menos para a grande maioria dos portugueses, só começou a fazer parte do dia a dia há alguns meses. A discussão nem sempre foi consensual, mas agora, a máscara faz parte do quotidiano, a nível mundial.

Agora, pretendemos reforçar a correta utilização da máscara, numa altura em que os números da pandemia em Portugal estão a aumentar. Só esta quarta-feira foram registados 2.535 novos casos. Mas o número de novos casos não deverá ficar por aqui, há especialistas que alertam que Portugal pode chegar, em breve, aos 4.000 casos diários de infeção.

Perante a pandemia que o mundo atravessa, as autoridades mundiais reconhecem o uso generalizado de máscaras como forma de contenção da covid-19. E por isso, nunca é demais reforçar tudo o que podemos fazer - de forma correta - para conter a disseminação do vírus.

  • Porque devo utilizar máscara?

Em primeiro lugar, é importante perceber porque é que o uso de máscara se tornou obrigatório. A utilização de máscara, que é um Equipamento de Proteção Individual (EPI) permite que o utilizador proteja as pessoas que o rodeiam e o ambiente.

Contudo, nota a Direção-Geral de Saúde (DGS), a utilização da máscara só é efetiva se for combinada com as outras medidas de prevenção, como:

- A lavagem frequente das mãos;

- A etiqueta respiratória;

- O distanciamento físico.

  • Que tipo de máscaras existem e quais é que devo usar?

De acordo com as autoridades de saúde, a população geral pode utilizar as máscaras comunitárias ou de uso social – as não cirúrgicas - privilegiando as que têm o selo de “Máscaras COVID-19 Aprovado”.

Segundo a DGS, a máscara cirúrgica está indicada para todas as pessoas que permaneçam em:

- Espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços;

- Serviços e edifícios de atendimento ao público;

- Estabelecimentos de ensino e creches pelos funcionários docentes e não docentes e pelos alunos maiores de seis anos;

- Transportes coletivos de passageiros;

- Profissionais de saúde;

- Pessoas com covid-19;

- Pessoas com sintomas de infeção respiratória como febre, tosse ou dificuldade respiratória;

- Cuidadores de pessoas com covid-19;

- Pessoas no interior de instituições de saúde;

- Pessoas com estados de imunossupressão;

- Pessoas com doenças crónicas;

- Idosos (mais de 65 anos de idade).

Há ainda outros equipamentos de proteção, como os respiradores N95 ou FFP2, mas que não são indicados para a generalidade da população.

Existe ainda a viseira ou também chamado ecrã de proteção, que cria uma barreira adicional contra salpicos, útil para proteger os olhos e o rosto, mas este tipo de proteção não filtra o ar e não deve ser utilizado isoladamente.

  • Como é que as máscaras protegem do contágio? 

As máscaras faciais cobrem as mucosas da boca e do nariz por onde o novo coronavírus pode infetar o corpo humano. O coronavírus espalha-se através de gotículas expelidas a partir do nariz e boca quando uma pessoa infetada tosse ou expira.

Quando uma pessoa infetada usa máscara, contem a propagação das gotículas pelo ar, do mesmo modo que uma pessoa não infetada com máscara está a limitar os pontos de entrada do vírus: boca e nariz estão protegidas, mas não os olhos.

As gotículas podem atingir a cara de outra pessoa que esteja a menos de um metro de uma pessoa infetada. O vírus pode ainda ser transportado nas mãos se se tocar numa superfície onde tenham aterrado essas gotículas. O novo coronavírus e a maneira como contagia ainda não são totalmente compreendidas e a investigação científica sobre Covid-19 é contínua.

  • Como usar a máscara e o que não se pode esquecer

Quando estiver a usar uma máscara, não se esqueça que ela não pode ser retirada da cara. A menos que esteja sentado num restaurante – e apenas no ato de comer – é que a pode remover.

Há ainda outro erro que muitas vezes é cometido. Muitas pessoas baixam a máscara para falar ou para fumar. Nesse caso, em vez de a colocar no queixo, mais vale retirá-la e substituí-la por outra.

  • Cuidados a ter quando colocamos a máscara

Colocar uma máscara pode ser uma tarefa simples, mas o processo é bem mais complexo do que aquilo que parece.

Antes de a colocar, limpe bem as mãos com uma solução à base de álcool ou com água e sabão. Depois, pegue apenas nos elásticos, ajuste-a à cara e certifique-se de que cobre totalmente o nariz e a boca.

Evite tocar na máscara e nos olhos durante a sua utilização e quando a tirar, volte a lavar as mãos.

E nao se esqueça: usar a máscara mais tempo do que o recomendado pelo fabricante é pôr em causa a higiene, reduzir a sua eficácia e aumentar os riscos.

  • Reutilização das máscaras

Não vale a pena tentar voltar a usar uma máscara que não é reutilizável. Lembre-se que, se o fizer, estará a aumentar o risco de infeção, para si e para os outros. O único destino desse tipo de máscaras é o lixo.

Quanto às máscaras de pano, devem lavar-se com frequência, com água e sabão, a uma temperatura elevada, por exemplo, a 60 graus centígrados ou mais.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), defende que as máscaras de tecido devem ser lavadas, no máximo, 30 vezes.

O Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (CITEVE) é o responsável por certificar as máscaras comunitárias que várias empresas portuguesas estão a produzir e vender.

Vários países têm adotado medidas mais restritivas no combate ao novo coronavírus e o uso de máscara obrigatório ao ar livre já é uma realidade em muitos, como por exemplo, em Espanha. Por cá, o Governo reforça que o uso de máscara é uma medida complementar de outras e que, ao ar livre, só é obrigatória nos casos onde não é possível manter o distanciamento físico.

A máscara continua a ser obrigatória em espaços fechados e é recomendada em espaços abertos, nos quais a distância recomendada como distância de segurança não é possível manter. A ideia é torná-la obrigatória na rua nos locais onde não seja possível manter o espaçamento físico de segurança", disse Marta Temido em entrevista à TVI.

Nos Estados Unidos, uma das afirmações mais marcantes feitas pelo diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças do país, Robert Redfield, destacou a importância deste acessório no combate à pandemia.

As máscaras faciais são a ferramenta de saúde pública mais importante e poderosa que temos, e continuarei a apelar a todos os americanos, a todos os indivíduos, para adotar tal proteção”.

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