Alunos do 1.º ciclo vão ter mais três semanas de aulas - TVI

Alunos do 1.º ciclo vão ter mais três semanas de aulas

Escola (REUTERS)

Calendário escolar já foi criticado pela Federação Nacional dos Professores

Os alunos do 1.º ciclo do ensino básico vão ter mais três semanas de aulas no próximo ano letivo, segundo o Calendário Escolar publicado na sexta-feira e hoje criticado pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

Depois de diretores escolares e pais terem alertado para o facto de continuarem sem saber as datas de início do próximo ano letivo, o Ministério da Educação (ME) publicou o despacho que define as datas, tendo dispensado de audiência os interessados.

O calendário escolar, publicado na noite de sexta-feira em Diário da República, define que no próximo ano letivo as aulas dos alunos do ensino básico e secundário possam começar uma semana mais cedo: entre os dias 9 e 15 de setembro.

O diploma define ainda que os alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico serão os últimos a terminar o ano letivo, a 23 de junho, o que significa que terão mais duas semanas de aulas em relação ao ano que agora terminou, a 9 de junho.

Em comunicado, a Fenprof discorda deste aumento de aulas que surge “sem que se vislumbre qualquer fundamentação para uma 'novidade'”.

“Num momento em que se reflete sobre a duração dos ciclos do Ensino Básico, esta distinção não tem qualquer sentido e será mais uma acha para uma fogueira que já arde intensamente”, critica.

A Fenprof salienta o facto de não terem sido ouvidas as entidades interessadas no processo e por isso anuncia que irá, junto do ME, “intervir no sentido de serem introduzidas alterações ao despacho de forma a superar os principais problemas identificados”.

Outro dos problemas apontados pela Fenprof prende-se com o facto de o calendário escolar apresentar mais uma vez um ano letivo organizado de acordo com o calendário festivo religioso, “ainda que o mesmo não se compagine com os ritmos e tempos de aprendizagem dos alunos”.

A Fenprof critica também o facto de se voltar a prolongar as atividades letivas dos professores de educação pré-escolar, em relação a todos os restantes docentes do ensino obrigatório.

No próximo ano letivo, a atividade letiva dos educadores de infância e professores de ensino pré-escolar termina a 30 de junho, mais do que os alunos do 1.º ciclo, que acabam uma semana antes, e da maioria dos estudantes do secundário (do 11.º e 12.º), que terminam as aulas no início desse mesmo mês.

A situação dos educadores de infância tem sido denunciada por vários sindicados, tais como o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) que, no mês passado, entregou uma petição no parlamento a pedir um calendário letivo igual aos restantes docentes.

“Relativamente ao calendário de atividades letivas, um problema que a Fenprof, há muito, denuncia e para o qual exige resolução é a discriminação da Educação Pré-Escolar, com um calendário de atividades letivas que, este ano se prolongará até 1 de julho e, no próximo, por não ser dia útil, ficará pela véspera”, sublinha aquela organização.

A Fenprof lamenta ainda que “relativamente ao Pré-Escolar, haja uma contradição que a atual equipa ministerial continua sem conseguir (ou querer) resolver: por um lado, reconhece a existência de atividade pedagógica ao esclarece que há dias, nos períodos de interrupção, destinados a avaliação; por outro, ao prolongar o final das atividades letivas para além do que acontece nos restantes ciclo, demonstra que pretende dar resposta social com recursos pedagógicos, o que é absolutamente errado”.

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