Fenprof fala em desemprego, Governo no maior concurso «de sempre» - TVI

Fenprof fala em desemprego, Governo no maior concurso «de sempre»

Professores manifestam-se em Lisboa

O sindicato organizou uma acção para alertar para a precariedade e desemprego dos docentes. O Executivo afirma que foram satisfeitas as necessidades das escolas

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Está a decorrer por todo o País uma acção de sensibilização, organizada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que pretende alertar os portugueses para a «precariedade» e «desemprego» da comunidade docente. A iniciativa decorre esta segunda-feira em todas as capitais de distrito, excepto em Faro por ser feriado.

Em resposta à acção do sindicato, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, garantiu que houve uma diminuição do desemprego docente na actual legislatura e assegurou que o concurso deste ano foi o «maior de sempre».

Em Lisboa, a iniciativa da Fenprof teve lugar em frente ao Ministério da Educação (ME) e ficou marcada por uma adesão bastante reduzida. Cerca de uma dezena de professores entregaram panfletos em frente ao ministério.

Aos jornalistas, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, salientou que vão ser distribuídos cerca de 150 mil panfletos por todos o país. Mário Nogueira salientou ainda que a acção em Lisboa serviu para o sindicato ter uma reunião com o ME, onde foram entregues os panfletos que estão a ser distribuídos.

Com esta acção, a federação pretende denunciar a «manipulação dos números dos concursos» por parte do Governo. «Desde 2006 (...) milhares de docentes foram para a aposentação», afirma a Fenprof, facto agravado por um «aumento de alunos no sistema». De acordo com a Fenprof, em 2006 entraram para os quadros, em concurso que era anual, acima de três mil professores. Já este ano o Executivo apenas permitiu a entrada de 396 entradas de docentes para quadro, mas antes do ano lectivo começar já teve de contratar 15 125 professores.

«Na Matemática do 3º ciclo e do ensino secundário, apesar dos milhares de professores habilitados que concorreram, só foi permitido o ingresso de dezasseis em quadro; logo depois o ME reconhece a necessidade de 1030».

Ao colocar mais docentes em contrato do que nos quadros, a Federação Nacional dos Professores acusa o Governo de preferir «trabalho em condições precárias, pior remunerado, com menos direitos, sem carreira ou melhorias salariais».

A Federação Nacional dos Professores afirma que o Governo pretende demonstrar que quase acabou com o desemprego dos docentes na divulgação dos dados da colocação de Agosto. No entanto, de acordo com o sindicato, o Executivo «omite» que «impediu milhares de professores, até, de ser candidatos».

o sindicato reclama a abertura de um novo concurso, no próximo ano, para a entrada de professores no quadro.

Colocações de acordo com as necessidades

O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, explicou aos jornalistas que nas colocações para os quadros houve «uma identificação das necessidades das escolas». «Foi a primeira vez que as escolas apresentaram as suas necessidades».

Jorge Pedreira afirmou ainda que não se pode associar os contratos do ME a precariedade. «Pela primeira vez os professores são colocados por quatro anos e podem renovar esses quadros», afirmou.

Para o secretário de Estado Adjunto e da Educação ao contrário do que a Fenprof afirma, o «emprego docente cresceu nos últimos tempos», nomeadamente devido as actividades de enriquecimento curriculares e às novas oportunidades. «Não se pode inventar colocações, alunos e escolas», disse.

Questionado sobre o número de docentes que ainda falta colocar, Jorge Pedreira salientou que ao longo do ano serão contratados mais docentes.

De acordo com a Lusa, a Ministra da Educação garantiu, esta segunda-feira, que a actual legislatura permitiu uma diminuição do desemprego dos professores e assegurou que o concurso desde ano foi «o maior de sempre», contrariando as razões que levaram a Fenprof a organizar a acção desta segunda-feira.
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