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Receita do sucesso a Matemática

Matemática

«Prestar atenção à aula e trabalhar um pouco», diz coordenadora de prova internacional

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A obtenção de bons resultados a Matemática depende de «prestar atenção à aula e trabalhar um pouco», defendeu esta segunda-feira a coordenadora de uma prova internacional, a decorrer quinta-feira, com «a maior participação de sempre» de alunos portugueses, refere a Lusa.

O Canguru Matemático sem Fronteiras é considerado o maior concurso matemático do mundo, envolvendo 45 países e mais de cinco milhões de alunos.

A decorrer entre as 14:30 e as 16:00 de quinta-feira, este ano terá ¿a maior participação de sempre¿ de alunos, cerca de 80 mil, e de escolas portugueses, 640.

«Não é preciso ser-se nenhum génio para se obterem bons resultados a Matemática, basta o mínimo de atenção ao que o professor diz na aula e um bocadinho de trabalho», declarou Ana Maria Almeida, professora do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), responsável pela organização da prova em Portugal.

O objectivo do concurso é tornar a disciplina popular entre os jovens, afastar «o fantasma de que a Matemática é só para alguns».

«Não se trata de uma competição, é uma prova completamente voluntária, embora cada vez haja mais escolas e alunos portugueses a aderir», disse a docente.

Com o apoio da Sociedade Portuguesa de Matemática, o concurso destina-se a alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade, dividindo-os em cinco categorias. A prova é escrita e tem a duração de uma hora e meia.

De acordo com os índices internacionais, disse a docente, Portugal «continua no baixo da tabela» em termos de resultados de Matemática obtidos pelos estudantes, cenário que, na sua opinião, tem a ver com «uma questão cultural».

Até há algum tempo, «pensava-se que aprender era como respirar, que não implicava esforço», observou, considerando que não só os pais mas também os próprios professores, devido à reforma educativa, «encaravam a Matemática com uma certa retracção».

«No 1º ciclo, os miúdos não acham a Matemática difícil. Por que motivo isso não se mantém no 2º e 3º ciclos é uma questão em estudo», disse.

As provas do Canguru realizadas em anos anteriores revelaram, curiosamente, que há «maus alunos» que obtêm bons resultados, o que, na opinião de Ana Maria Almeida, se deve ao facto desta prova «não ter a carga emocional e nervosa» de outras, como as de aferição.

«A Matemática é um grande jogo, uma espécie de caça ao tesouro, em que a descoberta é um prémio extraordinário, a resolução dos problemas torna-se uma conquista pessoal», afirmou.

A prova é adaptada ao nível escolar de cada país, para que não haja um desfasamento entre o que é ensinado e o proposto. Não há publicitação de resultados nem comparação entre escolas.
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