Andréa del Fuego vence Prémio Saramago - TVI

Andréa del Fuego vence Prémio Saramago

Andrea del Fuego (JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA)

Escritora brasileira distinguida com o romance «Os Malaquias»

Notícia actualizada às 19:18

A escritora brasileira Andréa del Fuego, 36 anos, com o romance «Os Malaquias», é a vencedora do Prémio Literário José Saramago, no valor de 25 mil euros, foi esta terça-feira anunciado na sede do Grupo BertrandCírculo, em Lisboa, pela presidente do júri, Guilhermina Gomes.

É a sétima edição do galardão que distingue autores com obra editada em língua portuguesa, no último biénio, menores de 35 anos à data de publicação da obra.

Além da editora Guilhermina Gomes, que presidiu o júri, este foi constituído pela escritora Nélida Piñon, a poetisa Ana Paula Tavares, a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, e o escritor Vasco Graça Moura. Por escolha da presidente, integraram também o júri Manuel Frias Martins, Maria de Santa Cruz e Nazaré Gomes dos Santos.

Nelida Piñon salienta em acta citada pela Lusa o «inusitado vigor» da narrativa de Andréa del Fuego e considera o seu talento «talhado» para o Prémio Saramago. «¿Os Malaquias¿ dão-se a conhecer num intrincado jogo que a escrita controla e refaz. O resultado é misterioso mas absolutamente fascinante», afirma por seu turno a poetisa angolana Ana Paula Tavares.

Andréa del Fuego, 36 anos, estreou-se literariamente em 2004, com a antologia de contos «Minto enquanto posso». O ano passado experimentou a escrita para a infância, tendo editado «Irmãs de pelúcia».

A escritora, natural de São Paulo, tem formação em publicidade, fez produção de cinema e realizou duas curtas-metragens, «Morro da Garça», inspirada nas paisagens de Guimarães Rosa, e «O Beijo e Ela». O apelido «Fuego» serve o seu pseudónimo e provém de uma bailarina naturalista brasileira, Luz del Fuego, que dançava semi-nua, dominando uma cobra.

Antes de se dedicar à literatura, Andréa del Fuego colaborou em várias revistas, nomeadamente assinando uma coluna em que respondia a dúvidas sexuais de leitores de uma revista de rádio paulista

Em 2005, editou «Nego Tudo» a que se seguiu, em 2007, «Engano seu» e, em 2009, «Nego fogo». Entretanto, lançou os títulos juvenis «Quase caio» e «Sociedade da Caveira de Cristal», em 2008.

A autora está incluída nas antologias «30 Mulheres que Estão Fazendo a Nova Literatura Brasileira», «Os cem menores contos brasileiros do século», «Fábulas da Mercearia», «Doze» e «69/2 Contos Eróticos». Integra também a coletânea «35 Segredos Para Chegar a Lugar Nenhum», editada em Outubro passado pela Bertrand Brasil.

Sobre «Os Malaquias», Andréa del Fuego afirmou ao diário Folha de São Paulo que a história começou «com um facto familiar pouco falado em casa». «Esse silêncio foi deixando o passado cada vez mais místico. Parti desse silêncio, desenhando o que teria sido a orfandade do meu avô Nico», contou.
Continue a ler esta notícia