Septuagenário nega ter esfaqueado vizinho em Aveiro - TVI

Septuagenário nega ter esfaqueado vizinho em Aveiro

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  • 1 abr 2019, 13:34
Sala de audiências

Arguido diz que foi socorrer a ex-companheira que estava a ser agredida pelo vizinho nas escadas do prédio, e deu-lhe “dois empurrões”, depois de este lhe ter dado “dois estalos”. Mas não conseguiu explicar como é que apresentava manchas de sangue da vítima no seu pé

Um homem de 74 anos acusado de ter esfaqueado mortalmente um vizinho de 38 anos num prédio em Aveiro negou hoje o crime, afirmando não saber como é que a sua navalha apareceu junto ao corpo da vítima.

“Quando estava no meu quarto, ouvi gritar que o homem tinha sido esfaqueado. Eu não tinha nenhuma faca comigo”, disse o arguido, durante a primeira sessão do julgamento, no Tribunal de Aveiro.

Questionado pela juíza presidente, o septuagenário disse que foi socorrer a ex-companheira que estava a ser agredida pelo vizinho nas escadas do prédio, e deu-lhe “dois empurrões”, depois de este lhe ter dado “dois estalos”.

“Ele caiu e bateu com a cabeça na quina da entrada do apartamento e desmaiou. Virei costas e fui para o meu quarto”, disse o arguido, negando ter espetado a faca na vítima.

O homem assumiu ainda a posse da navalha que foi encontrada junto ao corpo, mas não sabe como é que ela foi lá parar, tendo referido que a ex-companheira tinha estado a amanhar peixe com a faca.

Também não soube explicar como é que apresentava manchas de sangue da vítima no seu pé.

Na mesma sessão foi também ouvida a ex-companheira do arguido que disse que aquele lhe entregou a faca “cheia de sangue”, dizendo-lhe para a lavar e a colocar junto ao corpo. Negou ainda ter estado a amanhar peixe naquele dia com a referida navalha.

Os factos ocorreram a 30 de julho de 2018, pelas 23:20, nas escadas de um prédio de quartos arrendados a pessoas apoiadas pela Segurança Social, situado no centro da cidade de Aveiro, na sequência de uma discussão entre o arguido e a vítima.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o arguido aguardou que o vizinho se virasse de costas para subir as escadas em direção à sua habitação, situada no segundo andar, e desferiu um primeiro golpe com a navalha no peito.

Com a vítima já caída no chão e incapaz de oferecer resistência, o arguido terá desferido um segundo golpe, agora na zona do pescoço.

De seguida, voltou ao seu apartamento, fechou a porta, trocou de roupa e ordenou que a sua companheira limpasse a navalha, refere o MP.

O homem, que se encontra detido em prisão preventiva, está acusado de um crime de homicídio qualificado.

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