Polícia foi chamada a atuar várias vezes no hotel onde houve desacatos - TVI

Polícia foi chamada a atuar várias vezes no hotel onde houve desacatos

  • MM
  • 9 abr 2017, 15:30

Prejuízos podem rondar os 50 mil euros, adianta a polícia. Hotel remete explicações para uma conferência de imprensa a realizar esta segunda-feira

A polícia espanhola disse este domingo que 1.200 estudantes portugueses causaram danos na ordem dos milhares de euros num hotel na costa sul de Espanha e que nos últimos dois dias as autoridades tiveram de atuar várias vezes por distúrbios.

Uma fonte da polícia em Torremolinos disse à agência noticiosa EFE que nos últimos dois dias as autoridades tiveram de atuar em várias ocasiões no Hotel Pueblo Camino Real, perto da cidade de Málaga, onde estavam instalados os jovens portugueses.

A polícia diz que um grupo de cerca de 1.200 estudantes portugueses entre 14-17 anos causou estragos nos quartos na ordem dos 50 mil euros.

O hotel confirmou o incidente, mas recusou-se a comentar.

Sim, destruíram muitas coisas, temos muito prejuízo, mas só vamos falar sobre isso na segunda-feira”, disse fonte do hotel Pueblo Camino Real, em Torremolinos, que remeteu mais explicações para uma conferência de imprensa na segunda-feira.

Os estudantes portugueses do ensino secundário estavam no hotel durante uma viagem de finalistas.

O hotel localiza-se em Los Álamos, uma zona de Torremolinos, perto de Benalmádena.

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Segundo o jornal espanhol El Pais, os jovens foram expulsos pela direção da estância balnear, depois de terem “destruído azulejos, atirado colchões pelas janelas, esvaziado extintores nos corredores do hotel e colocaram uma televisão na banheira”, entre outros danos. Segundo o jornal, os responsáveis fizeram queixa junto das autoridades, alegando que nunca havia acontecido “nada igual”.

Por seu turno, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, disse no sábado à Lusa que os serviços consulares já estão a acompanhar o caso e que os estudantes “encontram-se bem”.

O secretário de Estado adiantou que a empresa que organizou a viagem “tinha seguro”, mas o hotel em questão “entende que o seguro não é suficiente para cobrir” os danos causados.

No sábado, o responsável de uma das agências que organiza as viagens dos jovens portugueses ao sul de Espanha negou que tenham havido desacatos e desmentiu a ordem de expulsão.

Nuno Dias da agência “Slide in Travel” disse a vários órgãos de comunicação social portugueses que “os finalistas saíram no dia em que deviam ter saído, quando completaram as seis noites de hotel”.

Cuidado com as condições, alerta CONFAP

 A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) alertou este domingo as famílias para a importância de conhecerem as condições contratuais das viagens de finalistas quando assinam um termo de responsabilidade pelos filhos.

As famílias devem conhecer os contratos quando assinam um termo de responsabilidade. Temos de saber o que estamos a assinar”, disse à agência Lusa o presidente da CONFAP, Jorge Ascensão.

O dirigente da CONFAP alertou também para os riscos de fazer uma generalização do comportamento dos cerca de mil estudantes portugueses que regressaram a Portugal este fim-de-semana após alegados desacatos num hotel em que se encontravam em Espanha.

Tanto quanto sabemos, terá sido uma dezena de jovens a ter comportamentos reprováveis”, afirmou Jorge Ascensão, convidando toda a sociedade a refletir sobre o modelo educativo em que assenta hoje a escola.

Na sua opinião, o modelo de educação está demasiado centrado “nas classificações e no acesso ao ensino superior”, pelo que se impõe uma discussão sobre valores e limites que os alunos devem ter quando não estão nas aulas.

Milhares de estudantes portugueses do ensino secundário portugueses estão em várias localidades do sul de Espanha em viagens de finalistas.

Benalmádena, Marina D'Or e Punta da Umbria são alguns dos destinos escolhidos.

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