Apicultores querem vespa asiática classificada já como espécie invasora - TVI

Apicultores querem vespa asiática classificada já como espécie invasora

Vespa asiática [Reuters]

Federação Nacional reclama classificação urgente. Defende que é fundamental para avançar no combate, sob pena de se tornar um problema de saúde pública

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O presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) reclamou hoje a classificação urgente da Vespa Asiática como espécie invasora, considerada fundamental para avançar no combate, sob pena de se tornar um problema de saúde pública.

Em declarações à Lusa, Manuel Gonçalves explicou que sem a integração deste inseto na lista de espécies exóticas invasoras é impossível avançar para o passo seguinte que é uma real avaliação dos impactos e combate a este predador de insetos, nomeadamente das abelhas.

A decisão cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e o a classificação de espécie invasora “facilitará o acesso do Estado e do setor apícola ao financiamento públicosaúde pública necessário para a monitorização e controlo deste predador”, segundo a federação.

O presidente ressalva que tem havido vontade institucional, mas sem este passo alerta que a Vespa Velutina, vulgarmente conhecida como vespa asiática pode tornar-se num problema de saúde pública.

Ao prolongar-se a situação no tempo, o que irá “suceder é que ela dissemina-se por todo o país e depois os prejuízos poderão quadruplicar”, vincou o dirigente realçando que até agora “tem sido o setor apícola a tentar reduzir a grande propagação desta espécie”.


“Sentimos que estamos a sofrer os prejuízos dessa espécie e que a resposta que está a ser dada não é uma resposta eficaz. É necessário avançar, se não houver dinheiros comunitários tem de ser com dinheiros nacionais, é uma obrigação do Estado ir de encontro às necessidades da produção”, defendeu.

Os apicultores queixam-se dos prejuízos, mas ainda não é possível quantificar “sem o trabalho de avaliação do impacto económico do setor (que) será a primeira fase, quando for considerada como espécie invasora”.


A classificação “modifica tudo porque dá a possibilidade de fazer um estudo do impacto económico, toda a avaliação da parte das autoridades portuguesas, para poder ou prosseguir com a sua eliminação ou verificar que na verdade o impacto não é tão grande como nós pensamos”, continuou.

Até agora, segundo disse, o que tem sido feito, desde o aparecimento do inseto em Portugal há cerca de quatro anos, é uma monitorização dos locais onde vai aparecendo, com registos desde o Minho a Coimbra, e algumas atuações pontuais “exclusivamente dos apicultores com o apoio das Comunidades Intermunicipais (CIM) e da Proteção Civil municipal”.

Manuel Gonçalves referiu que esta espécie tem grande capacidade de multiplicação e adaptação e “como não tem predadores que regulem a sua existência poderá ser um infestante de tal forma que comece a trazer problemas às pessoas”.

“Já apareceram alguns ninhos em locais como contadores de água. Uma espécie que não tem predadores, que se multiplica com grande facilidade e que ninguém mais faz nada por ela é um invasor de grande propensão que, além dos prejuízos que traz a um setor económico que está em grande expansão (apicultura), é também um problema de saúde pública, nomeadamente de ataques às pessoas”, afirmou.


 
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