Dois jornalistas e o coordenador da Polícia Judiciária que foram alvo de uma operação de vigilância do Ministério Público foram acusados de violação do segredo de justiça.
O subdiretor da revista Sábado, Carlos Rodrigues Lima, foi acusado de três crimes de violação do segredo de justiça, enquanto o editor de Justiça da TVI, Henrique Machado, foi acusado de um.
Já o coordenador da PJ foi acusado de três crimes de violação do segredo de justiça, um crime de abuso de poder e um crime de falsidade de testemunho, perícia, interpretação ou tradução.
Recorde-se que uma procuradora do Ministério Público de Lisboa ordenou à PSP que lançasse uma operação de vigilância a dois jornalistas durante dois meses, com registo fotográfico, com o objetivo de perceber com que fontes de informação se relacionavam.
As vigilâncias incidiram sobre Henrique Machado e Carlos Rodrigues Lima e ocorreram na via pública, às ordens da magistrada Andrea Marques, do DIAP de Lisboa, entre abril e maio de 2018, no âmbito de uma investigação por violação de segredo de justiça.
A procuradora justifica no processo esta ação, sem precedentes em Portugal, "por se suspeitar que os jornalistas em causa mantinham um contacto próximo e regular com agentes policiais ou do universo dos tribunais".
O processo motivou muita polémica e uniu a comunicação social nas críticas à vigilância a jornalistas.