«Há mais pessoas a escrever livros do que a lê-los» - TVI

«Há mais pessoas a escrever livros do que a lê-los»

Santana Lopes no Parlamento - Foto Miguel A. Lopes/Lusa

Joaquim Jorge apresentou o livro «Clube dos Pensadores», com o nome e as histórias do clube que fundou

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Joaquim Jorge, o autor do livro do «Clube dos Pensadores», apresentado esta sexta-feira em Gaia, classificou Pedro Santa Lopes como sendo um case-strudy. O anfitrião considera o candidato à câmara de Lisboa, encarregue de apresentar o lançamento do livro, «um lutador, incómodo, inteligente, perspicaz, contraverso, individualista, mas amigo».

O responsável por este projecto fez questão de afirmar que neste momento «escrever um livro é uma banalidade» já que «há mais pessoas a escrever livros do que a lê-los». No entanto Joaquim Jorge considera que «esta foi uma forma de registar o que faço, mas também de chegar às pessoas por outro meio. Até agora chegava pelos debates, bloque, imprensa, rádio, televisão, artigos de opinião». O livro pretende atingir «pessoas que querem pensar e reflectir. O pensamento não tem grau de ensino nem é só para intelectuais». Este trabalho é «uma resenha do que se foi fazendo ao longo dos três anos». O autor afirmou que não «combate pessoas, mas sim ideias e politicas».

Santana Lopes acredita que esta iniciativa que conta com três anos de existência e agora registada em livro «demonstra que no seu seio existe a liberdade e a democracia que devia ser feita em Portugal». Esta representa «uma réstia de motivação para os que não se sentem satisfeitos» onde as discussões são sempre baseadas «na liberdade e dignidade». Santana Lopes acredita que «este é o estilo de debate com que sonharam quando ouviram que estava a chegar a liberdade» e espera que «se um dia destes Joaquim Jorge ocupar algum cargo de poder que o clube não deixe de ser aquilo que é».

O dirigente do PCP-MRPP, Garcia Pereira, caracteriza o clube como «uma arma de criação maciça» e uma fuga «à informação cada vez mais baseada nas fontes institucionais» num país onde as pessoas «se sentem cada vez mais tristes e oprimidas».

Prefácio de Santana Lopes, posfácio Carrilho e «mesofácio» de Manuel Alegre

Gomes da Silva, membro honorário do Clube dos Pensadores afirma que a finalidade do clube é «discordar do que se diz, mas defendendo até à morte que deve ser dito». Mais do que um clube de pensadores acredita ser «o clube dos sonhadores».

«Numa altura em que os cidadãos pensam mal dos partidos políticos, há uma grande necessidade de criar este tipo de espaços de debate», declara Narciso Miranda que acrescenta que o facto de esta iniciativa ter nascido no Porto é o reflexo da vontade «de quebrar um certo adormecimento». O clube que «é um espaço de liberdade e de contraditório» ganhou «dimensão nacional».

Carlos Pereira, um dos fundadores do clube, declarou serem de extrema importância este tipo de debates numa «país de invejosos». Acrescenta: «este é um país de medíocres, mas aqui temos o privilégio de não o sermos».

A apresentação do livro terminou com Pedro Santana Lopes a alertar para «que num ano de crise é preciso pensar ainda mais para evitar as armadilhas da democracia» e referiu que o facto de a oposição discutir «sobre a maioria absoluta do Governo é dar como dado adquirido a sua vitória». Apelou para que os cidadãos «sejam capazes de pôr tudo em causa», mas para isso há que tirar tempo «para pensarmos sozinhos». Em contraponto com o que foi dito por Carlos Pereira, o candidato à câmara de Lisboa acredita que Portugal «não é um país de medíocres, acho é que temos de saber e buscar a fibra que já tivemos».

O livro foi editado pela Papiro e tem o prefácio de Pedro Santana Lopes, posfácio de Manuel Maria Carrilho e «mesofácio» de Manuel Alegre.
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