«Homossexualidade denota a existência de problemas de identidade pessoal» - TVI

«Homossexualidade denota a existência de problemas de identidade pessoal»

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Conferência Episcopal volta a criticar a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, considerando que é uma «tentativa de desestruturar a sociedade portuguesa»

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A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) renovou esta sexta-feira, numa nota pastoral, as críticas à legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, considerando que a medida é uma «tentativa de desestruturar a sociedade portuguesa».

Na nota pastoral intitulada «Em favor do verdadeiro casamento», o Conselho Permanente da CEP considera que a adopção de leis que equiparem as uniões homossexuais ao casamento entre um homem e uma mulher está longe de contribuir para o «progresso e unidade» da sociedade e manifesta «uma concepção desfocada dos valores que se encontram na base» do seu modo de viver.

«A verdade da vida humana assenta na complementaridade do homem e da mulher», sublinham os bispos, lembrando que esta é a «base antropológica da família», pois «só assim esta pode desempenhar a relevantíssima função de célula base da sociedade, que assegura a sua renovação harmoniosa».

Igreja não quer «misturas nem confusões»

A CEP entende que pretender redefinir os conceitos de casamento e família «constituiria fonte de perturbação para adolescentes e jovens, com a sua identidade em estruturação, e enfraqueceria a instituição da família, célula base de todas as sociedades».

«A família, fundada no casamento entre um homem e uma mulher, tem o direito a ver reconhecida a sua identidade única, inconfundível e incomparável, sem misturas nem confusões com outras formas de convivência», lê-se na nota pastoral.

Os bispos com assento no Conselho Permanente sustentam ainda que o «prolongamento da homossexualidade pela idade jovem e adulta denota a existência de problemas de identidade pessoal», mas rejeita «todas as formas de discriminação ou marginalização das pessoas homossexuais», dispondo-se mesmo a acolhê-las e a ajudá-las.

Na nota pastoral, os prelados não se pronunciam sobre as formas como o Estado «possa ir ao encontro dos problemas e das aspirações das pessoas homossexuais», mas reiteram discordância perante a possibilidade de a união entre pessoas do mesmo sexo ser «equiparada à família estavelmente constituída através do casamento entre um homem e uma mulher».

O mesmo se aplica, diz a Igreja Católica, perante «uma lei que permita a adopção de crianças por homossexuais».

«Tal constituiria uma alteração grave das bases antropológicas da família e com ela de toda a sociedade, colocando em causa o seu equilíbrio», adianta a mesma nota, que defende a «necessidade de iniciativas que ajudem as famílias estavelmente constituídas a superar os problemas económicos que muitas atravessam, que as valorizem como lugar primordial de educação dos filhos e que favoreçam a sua importância na vida social».
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