«Jornalistas muito à frente do Ministério Público» - TVI

«Jornalistas muito à frente do Ministério Público»

Bastonária da Ordem dos Notários diz que investigação criminal em Portugal se faz a reboque dos jornais

A Bastonária da Ordem dos Notários não tem dúvidas. Os jornalistas estão muito mais à frente do Ministério Público nos casos que envolvem o primeiro-ministro, diz Carla Soares em declarações ao jornal «i».

Para o próximo mandato, a actual Bastonária promete acções de formação para magistrados, para que entendam a importância do recurso aos documentos dos notários em casos de investigação criminal.

A Bastonária afirma mesmo que ficou «seriamente preocupada» quando surgiram as primeiras notícias sobre alegadas irregularidades na compra do apartamento onde vive José Sócrates. Os jornalistas recorreram aos arquivos dos notários, mas o Ministério Público não, o que revela que «os jornalistas estão muito mais à frente».

Carla Soares vai ainda mais longe nas críticas e diz mesmo que a «a investigação criminal em Portugal se faz por via dos jornais». Quando as notícias começaram a ser reveladas, a bastonária diz que deixou de receber respostas dos colegas a quem pedia informações sobre escrituras que envolviam Sócrates. A Bastonária acredita que isso só aconteceu porque os colegas «ficaram um pouco intimidados», uma vez que a «pressão foi muita».

Para ultrapassar o problema, Carla Soares defende que devia ser criada uma base central de escrituras e já pediu à Comissão Nacional de Protecção de Dados um parecer. A resposta está por chegar desde Novembro, diz a Bastonária.
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