«Maçonaria devia ter uma palavra» sobre a crise - TVI

«Maçonaria devia ter uma palavra» sobre a crise

António Arnaut apela a intervenção pública do atual grão-mestre, Fernando Lima

O ex-grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) António Arnaut considera que esta organização já deveria ter feito uma declaração pública de apelo à defesa da dignidade humana, uma vez que em Portugal «estão em causa» os «grandes valores da humanidade».

«Sempre que estiverem em causa os grandes valores da humanidade e da ordem maçónica - liberdade, igualdade e fraternidade, os direitos humanos e a proteção dos mais fracos -, como agora estão, a maçonaria devia ter uma palavra», disse, em declarações à agência Lusa.

Lembrando que «a maçonaria, especialmente o GOL, não deve intrometer-se na vida política e muito menos partidária, sob pena de criar a desagregação da sua própria instituição», António Arnaut defende que esta «deve intervir institucionalmente, pois não se trata de uma intervenção política, mas sim ética».

«Se eu fosse grão-mestre, já o tinha feito há muito tempo», disse, defendendo «uma declaração pública [do atual grão-mestre, Fernando Lima] de apelo à solidariedade e à defesa da dignidade humana».

Arnaut, conhecido como o «pai» do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sublinha que «a maçonaria é uma instituição moral e, nessa medida, é historicamente depositária dos grandes valores da liberdade, igualdade e da solidariedade, em defesa da dignidade humana».

«O GOL tem uma responsabilidade moral e histórica na defesa desses valores e já devia ter dito uma palavra de apelo (à defesa dos direitos e garantias fundamentais do plano da dignidade humana) e de esperança (de suplantação desta crise)», adiantou.

António Arnaut revelou ainda que «muitos maçons têm instado o grão-mestre a tomar uma posição pública», mas que, até ao momento, este apenas enviou um apelo interno no sentido de todos os maçons se envolverem «realmente na defesa desses valores».

Essa mensagem, que terá chegado a todas as lojas maçónicas, vai no sentido de apelar aos maçons para que estes «se envolvam na sociedade» e defendam «os grandes valores que estão em causa, na prática de solidariedade e apoio aos carenciados».

A Lusa tentou contactar Fernando Lima, sem que até ao momento tal tenha sido possível.
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