Chefe do Exército admite défice de 4.300 praças, mas espera “inverter situação” - TVI

Chefe do Exército admite défice de 4.300 praças, mas espera “inverter situação”

  • .
  • RL - atualizada às 14:38
  • 5 mai 2020, 13:03
Militares

Número está muito abaixo do total de 9.000 autorizados por lei

O Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) admitiu esta terça-feira “um défice” de 4.300 praças nas suas fileiras, muito abaixo do total de 9.000 autorizados por lei, mas tem a expectativa de “inverter a situação”.

As afirmações do general Nunes da Fonseca foram feitas numa audição na comissão de Defesa Nacional, na Assembleia da República, em Lisboa, sobre a participação das Forças Armadas no combate à pandemia de covid-19 em Portugal.

O chefe do Exército afirmou, em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda João Vasconcelos, que o questionara sobre a perda de efetivos (mais de 15 mil nos últimos anos), que atualmente o ramo tem 4.705 praças, quando o autorizado pela lei ascende a 9.000.

Nunes da Fonseca afirmou que os números deram sinais de uma estabilização no início do ano, e que foram feitos estudos, já entregues ao Ministério da Defesa Nacional, para tentar soluções quanto à falta de meios humanos.

Esperamos que com a articulação de regimes de contrato, do regime de contrato especial e quadro permanente de praças consigamos inverter esta situação”, disse aos deputados da comissão, numa audição que se prolongou por duas horas.

Em 21 de abril, também na comissão de Defesa, foi ouvido o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) que afirmou esperar que, "se tudo correr bem", se resolvam "até ao final do ano" os problemas salariais, em particular das praças, para tornar a vida militar mais atrativa.

Numa reunião sobre a pandemia, parte da discussão centrou-se no problema da perda de efetivos nos últimos anos e, em resposta a uma pergunta do deputado do PCP António Filipe, o almirante Silva deu números, como a perda de 1.000 efetivos anualmente, e alertou: "Precisamos de fazer subir os efetivos para os 30 mil homens. Precisamos e temos que criar atratividade nas Forças Armadas."

Recordou que a instituição apresentou propostas ao Governo, em estudo, e que a crise da pandemia atrasou o processo.

Silva Ribeiro admitiu os problemas com o recrutamento, dizendo que atualmente são "cerca de 25 mil" efetivos, abaixo dos 30 mil a 32 mil que legalmente é admitido.

Exército ajuda a distribuir máscaras e gel desinfetante nas escolas

O Exército está a preparar-se para, depois das ações de sensibilização e de desinfeção nas escolas, começar a distribuir máscaras de proteção para a Covid-19 e de gel desinfetante, anunciou hoje o chefe do ramo.

Numa audição na comissão de Defesa Nacional, na Assembleia da República, em Lisboa, sobre a participações deste ramo no combate à pandemia de covid-19 em Portugal, o general Nunes da Fonseca afirmou que o Exército está a ajudar na desinfeção de 278 escolas que vão reabrir para aulas presenciais do 11.º e 12.º anos de escolaridade, a partir de 18 de maio.

Os militares vão fazer a “distribuição de equipamento pessoal de proteção e gel a todas as escolas, não só do ensino secundário, como de outras”, disse.

Só na segunda-feira, foram desinfetadas 60 escolas, onde também decorreram ações de formação e sensibilização do pessoal sobre o tema, acrescentou.

O Laboratório Militar quadruplicou a produção diária de gel desinfetante, de mil para 4.000 litros diários, fornecendo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), as Forças Armadas e outras entidades, entre elas a Assembleia da República.

Desde março, quando se declarou a pandemia de covid-19, o Exército tem participado em ações de desinfeção de lares de idosos, por exemplo, e ainda distribuindo cerca de 4.000 camas para ajudar a resposta do SNS a doentes menos graves, descreveu.

Numa área mais social, foram distribuídas perto de 35.000 refeições a pessoas sem abrigo na zona de Lisboa.

Desde o início do surto, o Exército teve 34 infetados, tendo atingido o pico em março, e a situação dos doentes “está a evoluir bem”, afirmou ainda.

O estado dos dois soldados do contingente no Afeganistão que estão doentes está a evoluir positivamente, depois de um primeiro teste negativo, deverão regressar ao ativo em breve.

Apesar da pandemia, nenhuma missão militar essencial foi afetada, e “74% dos elementos” do ramo “estiveram confinados e protegidos em suas casas”.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE