Militar português que dançou com guerrilheira colombiana obrigado a regressar - TVI

Militar português que dançou com guerrilheira colombiana obrigado a regressar

Farc libertam reféns

Chefe do Estado-Maior já ordenou o regresso do oficial da Marinha que integra a força de paz na Colômbia. Nações Unidas consideraram ter sido posta em causa "imparcialidade" da missão

O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMFGA) determinou esta quinta-feira o regresso a Portugal do militar criticado pela ONU por ter dançado com uma guerrilheira das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (FARC). A decisão de fazer terminar a missão do militar português foi adiantada por fonte do gabinete do CEMFGA à Agência Lusa.

O regresso imediato decorre, segundo a mesma fonte, "dos recentes acontecimentos ocorridos na Colômbia, no âmbito da missão das Nações Unidas naquele território, que afetaram as condições para a continuidade da missão de um militar português ali destacado".

Baile na passagem de ano

O caso conhecido há alguns dias e criticado pela missão da ONU, sem que então se soubesse que um dos que tinham participado na festa era um dos seis militares portugueses destacados na força de paz, foi esta quinta-feira reportado pelo Diário de Notícias.

Segundo o jornal, o caso envolveu dois militares da missão internacional: um português e outro do Paraguai. O baile foi filmado e gravado pela agência de notícias espanhola EFE, tendo as imagens sido difundidas na Colômbia e gerado indignação no país.

O chefe da missão em Bogotá emitiu um comunicado de condenação, no qual refere que o comportamento dos militares "não reflete os valores de profissionalismo e de imparcialidade da missão das Nações Unidas". Acrescentou mesmo que a missão da ONU na Colômbia iria "tomar as medidas adequadas".

Um ano de missão

Seis militares portugueses integram desde 16 de novembro a missão de observadores das Nações Unidas destinada a monitorizar o acordo de cessar-fogo e o fim das hostilidades na Colômbia.

De acordo com um comunicado do Governo, emitido a 16 de novembro, os seis militares - um do Exército, três da Força Aérea, e dois da Marinha –, "com uma missão inicial de um ano, terão como tarefas principais a verificação e monitorização do acordo de cessar-fogo e o fim das hostilidades na Colômbia, que se estenderam por mais de cinco décadas”.

Esta missão, estabelecida em 2016 após solicitação do Governo da Colômbia, servirá como componente internacional e coordenadora do mecanismo tripartido - Governo da Colômbia, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e ONU - de monitorização e verificação do acordo de cessar-fogo, indica a nota do executivo.

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