Faltaram às aulas para irem à greve climática, mas no tempo livre andaram a apanhar lixo - TVI

Faltaram às aulas para irem à greve climática, mas no tempo livre andaram a apanhar lixo

  • Sofia Santana
  • 27 set 2019, 16:48

Grupo de seis estudantes andou a apanhar lixo nas ruas do Porto. Acreditam que há cada vez mais jovens como eles, a preocuparem-se com o ambiente, mas mudar o pensamento dos mais velhos, que “viveram uma vida toda sem se preocuparem” é mais difícil

Faltaram às aulas para irem à greve climática, mas como a manifestação é apenas à tarde decidiram passar o dia a apanhar lixo nas ruas do Porto. São seis estudantes da Escola Secundária Aurélio de Sousa, no Porto, e acreditam que há cada vez mais jovens como eles a preocuparem-se com o ambiente. Mudar o pensamento dos mais velhos, que “viveram uma vida toda sem se preocuparem”, é que é mais difícil, dizem.

Encontrámos Gustavo, Clarice, Diogo, Luisa, Eduardo e Sara na Rua de Santa Catarina, pelas 16:00, uma hora antes de uma arruada do PS nesta rua emblemática da cidade invicta. Com grandes sacos de lixo nas mãos, apanhavam o que iam encontrando pela rua.

Temos um saco para beatas e indiferenciados, outro para plástico e outro para papel... nesta zona aqui é mais beatas”, explica Eduardo.

Têm todos 16 anos e estão aqui “de livre e espontânea vontade”, como fazem questão de sublinhar, a aproveitar o tempo até à manifestação.

A manifestação é só as 17:00, então queríamos estar a fazer alguma coisa até lá”, contou Clarice.

Acreditam que hoje há cada vez mais jovens como eles, a preocuparem-se com o ambiente. “Temos mais jovens informados, que tomam a iniciativa”, sublinha Gustavo. 

Mas mudar o pensamento dos mais velhos que “viveram uma vida toda sem se preocuparem” é mais difícil.

O pior são mesmo as pessoas mais velhas, que viveram uma vida toda sem se se preocuparem e que não é agora que se vão preocupar”, afirmou Clarice.

Ainda assim, dizem que tentam influenciar outras gerações, pelo menos a família, para uma maior consciencialização ambiental.

“Eu é que tenho de dizer sempre aos meus pais as várias coisas, muitas vezes eles não acreditam muito e se eles não se importam eu tenho de fazer alguma coisa”, acrescenta Eduardo.

Têm todos 16 anos e, por isso, ainda não votam. Mas se pudessem deixar uma mensagem a António Costa, qual seria?

Mostrava-lhe o saco das beatas, são dois!”, responde prontamente Sara. 

Clarice, por sua vez, deixava um apelo: para “investir em energia mais limpa”.

O combate às alterações climáticas tem sido uma das preocupações assinaladas pelo secretário-geral socialista nos discursos desta campanha eleitoral. Esta sexta-feira, muitos jovens portugueses, alinhados com outras iniciativas internacionais, saem à rua em defesa do ambiente.

Continue a ler esta notícia