Universitário? Estado pode emprestar dinheiro para estudar - TVI

Universitário? Estado pode emprestar dinheiro para estudar

  • VC com Lusa
  • 2 out 2018, 17:50
Jovens

Há um novo empréstimo que garante taxas de juro mais baixas, através de uma nova linha de crédito que conta com financiamento europeu

Há um novo empréstimo a que os estudantes universitários podem recorrer, tendo como fiador o Estado. As taxas de juro são mais baixas, graças a uma nova linha de crédito que conta com financiamento europeu.

A nova linha de crédito dirige-se apenas aos alunos que frequentem instituições de ensino superior localizadas no norte, centro e Alentejo, as três regiões de intervenção do Programa Operacional Capital Humano, refere o gabinete de imprensa do POCH.

Estão em condições de concorrer a esta linha tanto os estudantes de instituições públicas como de privadas, podendo estar a tirar Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), licenciaturas, mestrados ou doutoramentos.

O valor que cada estudante pode pedir emprestado varia entre mil a cinco mil euros por ano, sendo o valor máximo atribuído o correspondente à soma dos anos do curso.

No caso de alunos que já tenham iniciado o curso, o empréstimo corresponderá ao número de anos ou meses que faltam para concluir os estudos, explica em comunicado o gabinete de comunicação do POCH.

O período dos empréstimos pode variar entre seis e 10 anos, consoante o momento em que se encontra de frequência, a que se segue um período de carência de dois anos, sem qualquer pagamento, e depois o período de pagamento efetivo que deve ser no máximo o dobro da duração do curso, iniciando-se a contagem do prazo na data de contratação do empréstimo”

A linha conta com uma dotação de 10 milhões de euros financiados pelo Fundo Social Europeu (FSE), à qual acresce a componente pública nacional, perfazendo um total de 11.7 milhões.

O POCH lembra que esta linha é “um instrumento complementar ao sistema de atribuição de bolsas de ação social”, acrescentando que os estudantes que já recebem bolsas beneficiam “de uma redução da taxa de juro face aos demais estudantes”.

No ano passado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior prometeu que iria retomar a linha criada em 2007 e suspensa em 2015.

Mais estudantes inscritos no Ensino Superior

Ainda a propósito do Ensino Superior, dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), revelados esta terça-feira, indicam que no ano passado se inscreveram pela primeira vez 122.811 alunos, um aumento de quase nove mil estudantes em relação ao ano anterio.

No ano letivo de 2017/2018, houve mais caloiros tanto nas instituições públicas como nas privadas, tanto nas universidades como nos politécnicos, segundo o Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior (RAIDES) relativos aos inscritos no 1.º ano, pela 1.ª vez.

No total inscreveram-se mais 8.896 alunos em relação ao ano anterior.

Os números mostram que os alunos continuam a preferir as instituições públicas (81,8%) em detrimento das privadas, assim como as universidades em vez dos politécnicos (62,6% vs 37,4%).

Em termos percentuais, os alunos nas instituições públicas aumentaram 5,9% e nas privadas cresceram 17,5%.

As mulheres continuam a ser maioria no ensino superior, uma tendência que se regista há mais de duas décadas (desde 1995/96).

O total de inscritos no 1.º ano pela 1.ª vez, em cursos de doutoramento também aumentou: Mais 7,3% face ao ano letivo anterior.

Tendo em conta todos os ciclos de estudo, no ano passado inscreveram-se 372.753 alunos no ensino superior, quase mais 11 mil do que no ano anterior, contrariando uma tendência que se vinha verificando nos últimos três anos.

Através dos dados do RAIDES é possível perceber a evolução das últimas duas décadas. No ano letivo de 1995/1996 estavam inscritos no ensino superior cerca de 313 mil alunos um número que foi crescendo até 2002/2003, ano em que houve mais gente a estudar no ensino superior: quase 401 mil estudantes.

Durante quatro anos letivos, até 2006/2007, as escolas viram reduzir o número de alunos ano após ano, chegando aos cerca de 367 mil alunos.

Gradualmente, as instituições voltaram a registar um ténue aumento de alunos até que em 2014/2015 começou um novo ciclo de redução de estudantes, até agora.

O que nunca se alterou ao longo dos anos foi a opção por instituições sitiadas nas zonas de Lisboa e do Porto.

No ano passado, a Região Autónoma de Lisboa e a zona norte concentravam a grande maioria dos alunos (141.266 estudantes e 120.929, respetivamente), seguindo-se as instituições do centro do país com cerca de 81 mil inscritos, o Alentejo (cerca de 15 mil alunos) e, finalmente, o Algarve (8.413 alunos).

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