ONU: reservas de água doce podem acabar - TVI

ONU: reservas de água doce podem acabar

Água

Relatório mostra a influência negativa do crescimento da população e das alterações climáticas sobre este recurso natural

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O crescimento da população mundial e as alterações climáticas colocam em causa os recursos de água doce se nada for feito para melhorar a sua gestão, de acordo com o quarto relatório mundial das Nações Unidas sobre o tema.

O relatório preparado em conjunto pela ONU e pela UNESCO, para o Fórum Mundial da Água que se realiza em Marselha, França, indica que o forte crescimento da população mundial e as necessidades alimentares desta podem colocar em causa as reservas de água doce no mundo.

Segundo as organizações, com uma população mundial de sete mil milhões de pessoas, as necessidades alimentares deverão aumentar à volta de 70 por cento até 2050, com uma crescente procura por produtos de origem animal que consomem maiores quantidades de água.

O aumento na procura por alimentos deve levar a um aumento da água utilizada em agricultura à volta dos 19 por cento, sendo que 70 por cento do consumo mundial de água doce já vai para a agricultura.

«Estes números podem ser muito mais elevados na ausência de reformas radicais nos métodos de produção agrícola», dizem as organizações.

Os autores do estudo que a Lusa cita dão ainda conta de um forte aumento da procura por água potável vinda das cidades, e estimam em cerca de 80 por cento as águas residuais em todo mundo que não são recolhidas ou sequer tratadas.

Também as alterações climáticas podem trazer mais dificuldades. As organizações dizem que um aumento de dois graus de temperatura média global pode custar à volta de 70 a 100 mil milhões de euros por ano entre 2020 e 2050 em custos de adaptação, com cerca de 20 destes relacionados com a água.

Para além disso, o aumento da frequência e da intensidade das catástrofes naturais levarão cada vez mais tempo aos países para se adaptarem e poderá ter consequências muito graves, em especial para a agricultura.
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