Portugal com melhores progressos na mortalidade de crianças

Portugal é um dos poucos países que registaram, em 40 anos, melhores progressos na mortalidade de crianças até aos 5 anos e de jovens-adultos entre os 15 e os 49 anos, revela um estudo, esta quinta-feira.

De acordo com a Lusa, a investigação Global Burden of Disease Study 2010, que é publicada na revista científica «The Lancet», analisa as causas e a distribuição global das principais doenças e dos fatores de risco na saúde, de 1970 a 2010, incluindo a mortalidade nas crianças e nos jovens-adultos.

Segundo o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que conduziu o estudo, Portugal, a par de Cuba, Maldivas, Sérvia e Bósnia-Herzegovina, registou os melhores progressos na mortalidade das crianças.

O estudo indica também que Portugal foi um dos países com melhores resultados na mortalidade de jovens-adultos, superando Noruega, Espanha e Austrália.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que os óbitos em crianças até aos 5 anos baixaram em Portugal 97,3 por cento, dos 12.357 em 1970 para os 326 em 2010.

Quanto às mortes em jovens-adultos dos 15 aos 49 anos, desceram 28,7 por cento, das 8.517 em 1970 para as 6.069 em 2010, de acordo com o INE.

Em termos globais, os investigadores do IHME constataram que o número de mortes nos jovens-adultos subiu, em média, no mundo 44 por cento.

O Institute for Health Metrics and Evaluation atribui, em parte, este aumento à violência e à infeção pelo VIH/Sida, que mata 1,5 milhões de pessoas por ano.

Segundo o IHME, entre os 134 países que registaram uma subida da mortalidade nos jovens-adultos, 66 tiveram aumentos de 100 por cento ou mais.

Quanto à mortalidade de crianças até aos 5 anos, num universo de 187 países, 165 assistiram a um decréscimo do número de óbitos entre 1970 e 2010. Em 128 países, a quebra foi de 50 por cento ou mais.

O Institute for Health Metrics and Evaluation é um centro de investigação independente sobre a saúde que faculta dados das problemáticas do setor mais importantes no mundo e avalia as estratégias para as resolver.

No estudo colaboraram outras instituições, nomeadamente a Organização Mundial de Saúde.