Euromilionária "perde" 16 milhões em tribunal - TVI

Euromilionária "perde" 16 milhões em tribunal

  • AM
  • 10 jan 2020, 15:46

Amélia de Jesus doou 13 milhões de euros ao marido quando ainda eram casados e depois mais três mil. Em tribunal, disse que foi coagida, mas tese não vingou

Amélia de Jesus não conseguiu recuperar os 16 milhões de euros que doou ao ex-marido. A euromilionária viu o tribunal discordar da tese de que foi coagida a doar-lhe a avultada quantia e foi ainda condenada a pagar 100 mil euros por violar um acordo em que se comprometia a não intentar ações judiciais.

O tribunal determina ainda que o prémio atribuído pela Santa Casa foi passado em nome de Abílio Ribeiro, o ex-marido de milionária de Ariz.

A antiga empregada de limpeza, natural de Marco de Canaveses, que em março de 2013 venceu o primeiro prémio do euromilhões, num valor, após impostos, de 41 milhões, e exigia a devolução dos 13 milhões e, também, um prédio, e o seu recheio, no valor de cerca de 600 mil euros.

Na primeira audiência do processo, Amélia de Jesus garantiu que foi ela quem, em 8 de março de 2013, registou o boletim da aposta, no valor de dois euros, numa agência na Póvoa de Varzim, e que só no dia seguinte soube que tinha ganho o primeiro prémio.

A requerente do processo garantiu que Abílio Ribeiro, na altura seu namorado, sempre afirmou que era ela vencedora do sorteio, mas que acabou por ser o homem a telefonar para os serviços da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a reclamar o prémio, dando o seu nome.

Amélia de Jesus disse, ainda, que nos dias seguintes guardou o talão da aposta na sua roupa interior, acabando, depois, por o depositar num cofre de um banco, para onde foi acompanhada pelos filhos, o irmão, além de Abílio Ribeiro.

A euromilionária afirmou que, nessa altura, foi aconselhada, por um advogado a casar-se com Abílio Ribeiro, por motivos fiscais, reconhecendo que o dinheiro do prémio foi, depois, depositado numa conta conjunta com o marido, e, posteriormente, transferido para uma outra conta onde disse ser a única titular.

A queixosa reiterou que Abílio Ribeiro sempre reconheceu que o dinheiro era dela, mas que este tinha acesso a um cartão de débito para poder fazer levantamentos da conta, apesar de apenas ela ter acesso a movimentações superiores e utilizar cheques.

Nos meses seguintes, Amélia de Jesus afirmou ter gastado, com o marido, parte do dinheiro em viagens, automóveis, compra de imóveis e também ter distribuído algumas verbas pelos filhos, irmão, sobrinhos e outras pessoas.

Amélia de Jesus partilhou que, entretanto, a relação com Abílio Ribeiro deteriorou-se, tendo o casal, em janeiro de 2014, avançado para uma Separação Judicial de Pessoas e Bens, estando, na altura, o património avaliado em mais de 34 milhões de euros.

Foi nos meses seguintes que Amélia de Jesus disse ter sido alvo de ameaças e, inclusive, agressões do marido, acabando por lhe transferir 13 milhões de euros, em duas tranches de dez e três milhões.

Em novembro de 2014, o casal viria a divorciar-se, tendo a euromilionária reconhecido que ainda entregou a Abílio Ribeiro mais três milhões de euros em dinheiro.

A antiga empregada de limpeza, natural de Marco de Canaveses, defende, agora, que todas as doações que fez ao ex-marido antes do divórcio têm de ser anuladas, uma vez que eram casados em regime de separação total de bens, pretendendo a devolução dos 13 milhões e do imóvel.

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