Ranking Escolas 2018: secundárias pioram a Matemática, quase 40% de chumbos - TVI

Ranking Escolas 2018: secundárias pioram a Matemática, quase 40% de chumbos

Escola

Já a Português, mais de 80% de escolas tiveram média positiva nos exames nacionais do ano passado. Resultados têm melhorado a Física e a Química e sete em dez escolas passam a Biologia e Geologia

No ranking de escolas relativo ao último ano letivo completo, de 2017/2018, para além das melhores e das piores nas notas dos exames nacionais, no secundário, há ilações a tirar sobre a melhoria (ou não) olhando para as disciplinas à lupa. Chega-se à conclusão, por exemplo, que as escolas pioraram a Mátemática, com quase 40% chumbos, e que a Português mais de 80% tiveram média positiva.

Na análise dos dados do Ministério da Educação feita em parceria entre a Lusa e a TVI, percebemos que o caso da Matemática ainda é preocupante: em 620 escolas e quase 32.500 exames, só 383 estabelecimentos alcançaram uma média positiva, isto é, igual ou superior a 10 valores. Foram 61,77% do total de escolas que fizeram este exame em 2017-2018, contra quase 75% de escolas que em 2016-2017 conseguiram um resultado positivo.

O mesmo é dizer que, no ano passado, 40% dos alunos chumbaram nesta prova que é decisiva para muitos para a entrada no ensino superior.

Melhores resultados a Matemática

Os cinco primeiros lugares são ocupados por privados. A liderar, está a Academia de Música de Santa Cecília, em Lisboa, com uma média de 17,74 valores nos exames, acima até da média de frequência (classificação interna final ou CIF) de 17 valores certos.

Vêm depois o Colégio Campo de Flores, em Almada; o Colégio Nova Encosta, Paços de Ferreira; o Colégio da Rainha Santa Isabel, em Coimbra e os Salesianos do Estoril, em Cascais.

A melhor escola pública a Matemática surge em 6.º lugar na lista: trata-se da Escola Básica e Secundária Pedro Álvares Cabral, em Belmonte, Castelo Branco, com uma média em exame de 15,44, mais de dois valores acima da CIF de 13,13 valores.

Entre os piores resultados no exame nacional de Matemática, há escolas que apresentam médias em exame abaixo dos cinco valores. Isso faz com que os resultados estejam 10 valores abaixo da média da CIF dos seus alunos.

Em termos distritais, Lisboa e Porto lideram em número de provas realizadas, mas Coimbra regista a média mais alta, com 11,74 valores.

A média mais baixa pertence às escolas portuguesas no estrangeiro, que ficaram algumas centésimas abaixo dos nove valores. Em território nacional, Portalegre, Região Autónoma dos Açores, Bragança, Região Autónoma da Madeira e Évora são as regiões com médias negativas a Matemática, entre os 9 e 9,9 valores.

Mais de 80% com média positiva a Português

Também no último ano, como já tinha acontecido antes, a percentagem de escolas secundárias com média positiva no exame nacional de Português voltou a superar os 80%. Coube a um colégio a média mais elevada, mas levou a exame um único aluno. 

No total, cerca de 55 mil alunos internos fizeram este exame em 2018. Foi, como já é costume, a prova com o maior número de inscritos.

As raparigas tiveram melhores resultados do que os rapazes, com uma média de 11,47 valores, quase um valor acima da média deles, que foi de 10,5 valores.

No total, houve 624 escolas que fizeram exame de Português. O pódio é totalmente ocupado pelo setor privado.

Escola Localização Média nos exames (valores) Nº Exames Classificação no ranking
Colégio Arautos do Evangelho Guimarães, Braga 16 1 1
Grande Colégio Universal Porto 14,83 valores 38 2
Colégio Luso-Francês Porto 14,63 91 3

A melhor pública a Português é a Escola Básica e Secundária de Vilar Formoso, na Guarda, que aparece logo em 4.º lugar (média em exame de 14,6 valores em 11 realizados, ficando umas décimas acima do registo da CIF).

Entre as dez melhores só há mais uma pública, a Escola Básica e Secundária de Mação, em Santarém, com uma média em 22 exames de 14,01 valores, ligeiramente abaixo da média de frequência interna.

Desta vez, uma das melhores médias no exame de Português surgiu no estrangeiro: a Escola Portuguesa de Luanda ocupou a 13.ª posição, com um registo médio de 13,63 valores em 41 exames realizados, dois valores acima da CIF média.

Em termos distritais foi Viana de Castelo que obteve melhores resultados neste exame, com 11,44 valores.

Resultados melhoram a Física e Química

Mais de metade (55%) das escolas passaram em 2018 no exame nacional de Física e Química do secundário. Registou-se uma melhoria face ao anterior, quando seis em cada dez tinham obtido uma nota negativa na prova.

A média mais alta foi de 16,5 valores, no Colégio Mira Rio, em Lisboa, exatamente a mesma nota que a classificação interna final (CIF) média da escola.

Depois, vem o Colégio Nossa Senhora do Rosário e o Colégio Nossa Senhora da Paz, ambos no Porto; o Colégio da Rainha Santa Isabel, em Coimbra; e a Academia de Música Santa Cecília, em Lisboa, todos com médias em exame acima dos 15 valores. Em alguns casos, a mais de dois valores de distância da CIF média.

Entre as 20 melhores, há só uma pública: a Escola Secundária Dr. João Lopes de Morais, em Mortágua, Viseu, com 13 provas realizadas, obteve uma média de 14,08 valores, abaixo dos 16,54 da média da CIF.

Coimbra é o distrito com a média mais alta (11,5 valores), seguindo-se Porto e Viseu.

As médias mais baixas estão entre os 4 e os 6 valores. Aqui, são Beja, Guarda, Portalegre, Vila Real, regiões autónomas da Madeira e dos Açores, Bragança e as escolas portuguesas no estrangeiro que ficam mal na figura, em alguns casos muito perto, a poucas centésimas, dos 10 valores onde começa a positiva.

Sete em dez escolas passam a Biologia e Geologia

Com quase 26 mil exames realizados em 620 escolas, a prova de Biologia e Geologia, uma das mais importantes para quem segue cursos superiores na área da Saúde, teve uma média de 10,93 valores. Do total de escolas, 431 (69,52%) tiveram média positiva.

A lista é liderada por estabelecimentos privados. A melhor média registou-se também no Colégio Mira Rio, em Lisboa: 17 valores,

A melhor pública aparece em 7.º lugar: a Escola Básica e Secundária Pedro Álvares Cabral, em Belmonte, Castelo Branco (média em exame de 15,47 valores, dois valores abaixo da média de frequência interna). 

Um colégio privado no estrangeiro, o Colégio de São Francisco Assis, em Luanda, surge em quarto lugar no ranking. Só realizou cinco exames e obteve uma média de 15,68 valores, praticamente a mesma nota que a CIF média.

Entre as 20 melhores nesta disciplina há apenas mais uma escola pública: a escola Básica e Secundária Clara de Resende, no Porto, em 18.º lugar na tabela geral. Realizou 53 prova e a média foi de 14,21 valores.

Por distrito, as médias mais altas nesta disciplina foram obtidas em Porto, Coimbra e Viseu.

Médias negativas houve apenas em escolas da Região Autónoma da Madeira e escolas portuguesas no estrangeiro. A média mais baixa fixou-se nos 5,38 valores.

Disciplinas com melhores e piores médias

Em 18 disciplinas, apenas História da Cultura e das Artes e História A registaram médias negativas em 2018. As melhores médias positivas foram a Alemão, Espanhol e Desenho A.

As raparigas saem-se habitualmente melhor do que os rapazes, com exceção de cinco disciplinas: Biologia e Geologia, Física e Química A, Geografia A, Geometria Descritiva A e Inglês.

Continue a ler esta notícia