"Temos vários médicos em burnout, e não são poucos", alerta bastonário - TVI

"Temos vários médicos em burnout, e não são poucos", alerta bastonário

  • Agência Lusa
  • JGR
  • 16 nov 2021, 13:48
Coronavírus

Bastonário alerta para exaustão dos médicos numa altura em que, diz, vão ser necessários

O bastonário da Ordem dos Médicos alertou que há muitos médicos em exaustão, com burnout e em “sofrimentos médico”, numa altura em que vão ser necessários mais profissionais para responder ao aumento da procura dos serviços de saúde.

Temos de começar a criar já as condições para o período que se aproxima”, uma “altura crítica” em que circulam vários vírus respiratórios, como o da gripe, em que há doentes crónicos a descompensar e estão a aumentar os casos e internamentos por covid-19, defendeu Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa.

Esta situação vai aumentar a pressão sobre os serviços de saúde, nomeadamente as urgências, num período em que os médicos estão exaustos após quase dois anos de pandemia e muitos estão a deixar o Serviço Nacional de Saúde.

Segundo o bastonário, há também vários especialistas “mais velhos” a sair do SNS.

Vamos ter aqui uma carga de excesso de trabalho no Serviço Nacional de Saúde, que devia estar já a ser acautelada, mas não sei se está”, disse Miguel Guimarães.

Além disso, observou, existem, “neste momento, profissionais que estão cansados".

Muitos não fizeram férias ou fizeram só uma semana, alguns estão em exaustão, temos vários médicos em burnout, e não são poucos, e que têm de parar”, apontou.

Há também muitos médicos em “sofrimento ético” nomeadamente nos hospitais em que “não há gente”, fazendo “consecutivamente horas extraordinárias, muitas vezes sabendo que não estão nas melhores condições, para não deixarem os doentes sem médico”.

Mas a verdade é que a probabilidade de cometerem erros aumenta. Isto é uma pescadinha de rabo na boca, é muito complicado”, lamentou, elucidando que só no primeiro semestre de 2020 os médicos fizeram mais de oito milhões de horas extraordinárias e que em outubro deste ano já tinham “batido o recorde de sempre”.

O bastonário salientou que a Ordem dos Médicos está disponível para ajudar a ultrapassar o problema, lembrando o apelo que fez duas vezes durante a pandemia para que os médicos regressassem ao SNS para ajudar as pessoas.

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