Peregrinos: caminho alternativo «quase pronto» - TVI

Peregrinos: caminho alternativo «quase pronto»

Alternativa às estradas nacionais pode facilitar a vida dos caminhantes

O Caminho do Norte, que irá ligar Porto a Fátima, servindo de alternativa às estradas nacionais para os peregrinos, está quase marcado na sua totalidade, faltando «rever dois ou três pontos», disse fonte do Centro Nacional de Cultura (CNC), escreve a Lusa.

Lourenço de Almeida, da direcção do CNC, lamentou o atropelamento, quarta-feira, de nove peregrinos junto a Santa Maria da Feira, frisando que situações como essa podem ser evitadas se existirem caminhos alternativos às estradas nacionais.

O Caminho do Norte, numa extensão de quase 200 quilómetros, é o segundo dos Caminhos de Fátima que o CNC lançou há oito anos com um «caminho-piloto», o Caminho do Tejo - 126 quilómetros que ligam Lisboa a Fátima, em cinco jornadas.

Este percurso, operacional desde há cinco anos, tem vindo a conquistar cada vez mais peregrinos, disse Lourenço de Almeida, que reconhece, contudo, que a grande maioria continua a ir pelas estradas nacionais, «apesar do incómodo - dos gases e do barulho - e dos sustos».

Lourenço de Almeida reconhece o atraso na concretização dos denominados Caminhos de Fátima - quatro previstos ao todo, o do Norte, o do Tejo, o do Oeste e o do Leste -, cuja conclusão foi anunciada inicialmente para o final de 2003.

Municípios envolvidos na iniciativa

Para a concretização dos Caminhos de Fátima, o CNC, que assumiu a responsabilidade pela colocação dos marcos e setas que indicam o percurso, estabeleceu protocolos com as câmaras municipais dos concelhos atravessados, que têm a seu cargo a limpeza e verificação do estado do caminho.

No caso do Caminho do Tejo estão envolvidos nove municípios e no do Norte 14.

O CNC está a aproveitar a sinalização do percurso pedestre até Fátima, no qual é utilizada a cor azul, para sinalizar, a amarelo, o Caminho de Santiago, que ficará devidamente marcado desde Lisboa até Santiago de Compostela, disse.

O projecto do Centro Nacional de Cultura envolve ainda a Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago e conta com apoios diversos, nomeadamente de hotéis, permitindo que os peregrinos de Santiago vindos de toda a Europa continuem até Fátima.

A Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago, de Ponte de Lima, já sinalizou o caminho entre o Porto e Valença/Tui, estando há muito sinalizado o caminho entre Tui e Santiago.

Tanto este percurso como o Caminho do Tejo têm editados guias de bolso, de apoio aos peregrinos, que, além de indicações sobre o percurso, incluem informações sobre os locais atravessados.

Lourenço de Almeida reconhece «resistências» na utilização destes caminhos por parte dos milhares de peregrinos que continuam a correr riscos nas estradas nacionais.

Aos argumentos da ausência de estruturas de apoio, o responsável do CNC garante que os peregrinos nunca andam seguramente mais de uma hora sem encontrar um lugar ou uma aldeia, onde se pode pernoitar, tomar refeições ou obter alguma assistência.

«Quando as pessoas se queixam de andar três quartos de hora num pinhal pergunto se não é isso que se procura», o encontro com o essencial, disse.
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