Ministério volta a defender necessidade da prova dos professores - TVI

Ministério volta a defender necessidade da prova dos professores

Já a Fenprof considera a prova «uma completa inutilidade»

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) defendeu esta segunda-feira, em comunicado, que os resultados obtidos pelos professores na prova de avaliação docente «vêm mostrar, mais uma vez, a necessidade desta prova na seleção dos candidatos à profissão».

«É nossa ambição, por um lado, que a profissão de professor seja das mais exigentes e, ao mesmo tempo, das mais desejadas e respeitadas e, por outro, que seja também um incentivo a uma maior exigência na formação inicial dos candidatos a professores», declarou a tutela, em comunicado, no dia em que o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) divulgou o relatório com os resultados da prova de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC), realizada em dezembro.

Quase 35% dos 2.490 docentes inscritos na prova de avaliação, que entregaram um exame válido, reprovaram no teste, e quase 290 obtiveram a sua segunda reprovação, na prova realizada em dezembro passado, revelou o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).

Segundo o IAVE, 34,3% dos candidatos reprovaram na prova e, entre esses, há quase 290 candidatos - cerca de 11 por cento do total, com exame válido -, que reprovaram pela segunda vez, depois de terem chumbado na prova realizada em dezembro de 2013, ou em julho de 2014.

No comunicado, o MEC reafirma que a PACC «não é uma iniciativa isolada, mas sim parte fundamental de um conjunto de medidas», como a obrigatoriedade da realização de exames de Português e Matemática para todos os que se queiram matricular num curso de Educação, assim como o reforço da componente científica curricular da formação inicial dos professores.

De acordo com os resultados hoje conhecidos, há 854 professores que, por terem reprovado na prova, ficam impedidos de se inscrever na componente específica, que deverá decorrer durante o mês de fevereiro, e para a qual a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), já entregou um pré-aviso de greve, extensível a todo o serviço à prova prestado pelos docentes.

Prova dos professores é «uma completa inutilidade»

O secretário-geral da Fenprof afirmou esta segunda-feira que as reprovações na avaliação dos professores não provam que esses docentes sejam «piores ou menos competentes» que os outros, e considerou o teste «uma completa inutilidade».

Esta prova «é de uma completa inutilidade, é tão inútil para avaliar a capacidade dos professores, como o atual ministro da Educação é inútil para a educação em Portugal», disse à agência Lusa Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

«Não há nenhum professor, dos que reprovaram na prova, que tivesse ficado provado que era pior professor e menos competente que os que não reprovaram e o contrário também é verdade, porque esta prova não avalia nada», salientou o líder da Fenprof, e convidou os portugueses a que leiam o enunciado da prova.

O sindicalista comentava os resultados da prova de avaliação dos professores, realizada em dezembro passado, na qual reprovaram quase 35% dos 2.490 docentes inscritos, que entregaram um exame válido, enquanto 290, ou cerca de 11% do total, obtiveram a sua segunda reprovação.

Para Mário Nogueira, «aquilo que [o conjunto de resultados] vem confirmar é que esta prova é uma completa idiotice do ponto de vista do que se pode considerar qualquer regime de avaliação, designadamente de professores».

Questionado acerca do que lhe pareceu a percentagem de reprovações, de 35%, respondeu: «Pareceu-me absolutamente normal, porque é uma prova absolutamente idiota, que não tem nada a ver com a profissão».

No entanto, realçou, esta prova «cumpriu a função para o ministro da Educação, que foi conseguir que 35% dos professores, daqueles que fizeram esta prova, já nem sequer possam fazer a componente seguinte e, portanto, condenou esses professores ao desemprego» no próximo ano.

«Talvez isso só não aconteça, porque antes disso provavelmente vai este ministro embora», concluiu Mário Nogueira.
Continue a ler esta notícia