Professores: corte salarial é um «retrocesso de 15 a 20 anos»

A proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2012, que começa a serdiscutido na quinta-feira no Parlamento, representa um retrocesso salarial dos professores de 15 a 20 anos, diz a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), noticia a Lusa.

A FENPROF concluiu, com base nos indicadores estabelecidos para o pré-escolar e ensinos básico e secundário, sem incluir o desemprego, que o Governo vai arrecadar 700 milhões de euros «à custa dos salários dos docentes» que em média «recuam três escalões» na carreira.

«Os docentes receberão um salário semelhante ao que recebiam na primeira metade dos anos 90», sustenta.

«As contas do OE para 2012 deixam antever a brutalidade das medidas que serão adoptadas», afirma a FENPROF, acrescentando que será posto em causa o funcionamento das escolas e a qualidade educativa.

Os cortes que transitam de 2011 aos já anunciados para os subsídios de natal e de férias são classificados pela federação como «artificio para disfarçar que se trata de uma redução mensal de 14,3 por cento».

A organização divulgou esta quarta-feira quadros com os salários dos professores, os respectivos escalões e as taxas de redução salarial impostas, para considerar que se trata de «um roubo organizado».

No nono escalão da carreira, o «roubo anual» chega aos 9.547 euros, de acordo com as tabelas elaboradas pelos sindicatos, que questionam «para onde vai o dinheiro dos professores».

A FENPROF afirma que o dinheiro não é para pagar os custos da Educação, já que o sector sofre um corte de 1.500 milhões na proposta do Governo.

A organização diz que os cortes servirão para pagar à «troika», que «só em comissões cobra 665 milhões de euros».