"Se a PSP tem um orçamento do Estado, por que é que os bombeiros não o têm?" - TVI

"Se a PSP tem um orçamento do Estado, por que é que os bombeiros não o têm?"

Protesto dos bombeiros em Lisboa (Lusa)

Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais quer os profissionais do setor beneficiem dum orçamento próprio, tal como acontece com as forças de segurança

A Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP) quer os profissionais do setor beneficiem dum orçamento próprio, tal como acontece com as forças de segurança, disse à agência Lusa o seu presidente.

É preciso, e isso tem sido uma luta nossa, haver um financiamento próprio para os bombeiros idêntico ao das forças de segurança. Se a PSP tem um orçamento do Estado, se as forças armadas também, porque é que os bombeiros não o têm”, questionou Fernando Curto.

O dirigente da ANBP explicou que o orçamento dos bombeiros, que vão reunir em congresso, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, sexta-feira e sábado, seria, após a sua aprovação, “devidamente direcionado” pelos governos da República e dos Açores e aplicado pelas câmaras municipais e associações humanitárias, sob supervisão dos serviços nacional e regionais de proteção civil.

Estamos a trabalhar no sentido de podermos organizar toda esta legislação com a secretaria regional da Administração Interna, que será depois encaminhada para as secretarias regionais, atendendo à própria autonomia e adaptação que a lei requer nos Açores e na Madeira”.

O líder da ANBP explicou que se pretende, no âmbito do congresso, proceder à uniformização dos bombeiros a nível nacional, bem como desbloquear as próprias carreiras, a par da “valorização dos profissionais”, sejam eles sapadores municipais ou elementos das associações humanitárias.

Francisco Curto considerou que no caso específico dos Açores se está “perante uma referência” em termos de organização da proteção civil e financiamento dos próprios bombeiros, daí que se pretenda “levar aquilo que do melhor existe” na região.

O responsável frisou que através da conjugação das experiências dos Açores, da Madeira e continente pretende-se “ajudar os políticos a decidir” em nome dos bombeiros e para benefício da população, associações e câmaras municipais.

O presidente da ANBP, que considera que os bombeiros não deixam de ser uma força de segurança “proactiva, porventura das mais importantes”, disse que grande parte das associações dos bombeiros voluntários do país possui, atualmente, em média, 40 a 50 profissionais, existindo cerca de sete mil profissionais.

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