Seixal: profissionais da GNR solidários com colegas baleados e alertam para risco da profissão - TVI

Seixal: profissionais da GNR solidários com colegas baleados e alertam para risco da profissão

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  • 23 dez 2020, 16:03

APG/GNR alude ao caso de dois militares GNR, que no decorrer das "suas funções policiais foram baleados com gravidade, havendo a morte de um cidadão a lamentar"

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) deu esta quarta-feira "uma palavra de alento" aos colegas baleados com gravidade no Seixal e alertou que, apesar do episódio ocorrido na terça-feira, continua a "ignorar-se o risco e desgaste da profissão".

Em comunicado, a APG/GNR alude ao caso de dois profissionais da GNR, que no decorrer das "suas funções policiais foram baleados com gravidade, havendo a morte de um cidadão a lamentar".

Além de deixar "uma palavra de alento" aos profissionais envolvidos, bem como "o desejo de rápidas melhoras" num "ano especialmente atípico", pela condição pandémica, social e económica, a APG/GNR sublinha que "não pode deixar passar este episódio em branco e, mais uma vez e de acordo com as ações desenvolvidas pela Direção Nacional da GNR, reiterar a necessidade de dignificar a condição policial nesta força de segurança".

No entender da Apg/GNR, apesar de episódios como este "ilustrarem o perigo e desgaste" da profissão, por vezes "até de forma trágica e irreparável, sobretudo quando se perdem vidas ao serviço da segurança pública, continua a ignorar-se o risco" que estes profissionais da GNR enfrentam, conferindo-se uma "importância menor" às suas funções, que são "centrais, essenciais e imprescindíveis em democracia".

De acordo com a APG/GNR, se o exercício da segurança pública não comporta risco ou desgaste e isso não é reconhecido por via da compensação remuneratória e reconhecimento legal, a associação questiona então quais são as funções que comportem risco comparável.

Urge modernizar e melhorar as condições de trabalho destes profissionais, sendo que a APG/GNR está, como sempre esteve disponível para um diálogo sério e concertado na procura de soluções que se materializam no terreno e se mostrem capazes de facto melhorar as condições de segurança dos profissionais da GNR e, consequentemente, incrementar o sentimento de segurança dos cidadãos", avança a APG/GNR.

A coordenação de Lisboa da APG/GNR lamenta ainda, no mesmo comunicado, que o responsável pela instituição (GNR) ainda "não tenha vindo a público esclarecer os factos e que o ministro da tutela ainda não tenha tido a disponibilidade de agenda para publicamente reconhecer o risco a que diariamente os profissionais da GNR estão sujeitos e quiçá repudiar mais este atentado ao Estado de direito democrático".

Entretanto, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, pediu hoje à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito sobre o tiroteio de terça-feira no Seixal.

Numa nota do Ministério, Eduardo Cabrita vincou a necessidade de “apuramento dos factos e de eventuais responsabilidades” e desejou também “uma rápida e plena recuperação aos dois militares da GNR feridos nesta operação”.

Segundo um comunicado divulgado na terça-feira pela GNR, na sequência do cumprimento de um mandado de detenção, dois militares daquela força policial abordaram o suspeito, que se encontrava “acompanhado por uma mulher, tendo este reagido e disparado contra um dos militares, seguindo-se uma troca de tiros”.

Desta situação, ambos os militares, bem como a mulher, ficaram feridos, estando a ser prestada a assistência médica”, indica a nota.

A GNR revelou ainda que o suspeito acabou por morrer no local e que foi ainda detido um homem por resistência e coação.

De acordo com a GNR, a Polícia Judiciária (PJ) foi "chamada ao local", já que a investigação dos factos em causa estão nas competências exclusivas daquela polícia.

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