Autocarro substitui comboio na Linha do Corgo - TVI

Autocarro substitui comboio na Linha do Corgo

Sociedade

População protestou contra encerramento da linha

Relacionados
ACTUALIZADA ÀS 9h58

A ligação entre as estações da Régua e de Vila Real já se fez esta quarta-feira de manhã de autocarro, depois do encerramento da linha ferroviária por razões de segurança, informa a Lusa.

O comboio que devia ter partido da estação do Peso da Régua às 07h06 deu lugar a um autocarro, que teve que passar pelas localidades de Alvações do Corgo, Povoação, Carrazedo e Vila Real.

Este trajecto, agora rodoviário, vai cumprir os cinco horários entre a Régua e Vila Real e os outros cinco de Vila Real à Régua.

O encerramento da Linha Ferroviária do Corgo foi anunciado terça-feira à noite e surgiu de depois de uma inspecção que, segundo o governador civil de Vila Real, Alexandre Chaves, «detectou que o percurso não estava nas melhores condições de segurança».

Sem adiantar mais pormenores sobre as questões de insegurança apontadas no relatório, Alexandre Chaves garantiu que serão efectuados de imediato os projectos necessários para a realização das obras de beneficiação.

Por causa deste encerramento, que apanhou de surpresa as populações servidas pelo comboio, cerca de 40 pessoas saíram à rua terça-feira à noite, em Carrazedo, em protesto, tendo, inclusive, impedido a passagem da última locomotiva que fazia a viagem de regresso à Régua. Segundo a GNR, o protesto durou pouco tempo e decorreu sem incidentes.

Autarca contra encerramento

O presidente da Junta de Ermida, José Borges, vai pedir esta quarta-feira uma audiência ao governador Civil de Vila Real, Alexandre Chaves, para apurar as razões do encerramento da linha ferroviária do Corgo, por decisão da REFER e da CP.

José Borges insurge-se contra esta decisão «por a população não ter sido informada e ninguém ter conhecimento dos transportes alternativos».

«Esta medida afecta dezena e meia de alunos na freguesia da Ermida (Vila Real), sendo também muito afectada a freguesia de Alvações do Corgo (Santa Marta de Penaguião)», frisou.

Em declarações à Lusa, o autarca disse que vai convocar as populações afectadas pelo encerramento daquela linha ferroviária para uma manifestação, a realizar na «próxima semana», em frente ao Governo Civil de Vila Real.

«O único transporte da população»

O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião disse que as populações foram apanhadas de surpresa pelo encerramento da Linha do Corgo e prometeu estar atento para garantir que a linha reabra o mais rapidamente possível.

Francisco Ribeiro afirmou à Lusa estar preocupado com o encerramento temporário anunciado terça-feira, o qual disse que «foi inesperado».

O autarca socialista garantiu que vai estar «atento» e fazer «tudo» o que esteja ao seu alcance para garantir a reabertura «o mais brevemente possível» deste troço. Até porque, frisou, o «comboio é o único transporte público que serve a população da freguesia de Alvações do Corgo».

Francisco Ribeiro lamentou que «não tenham sido feitas, ao longo dos anos, as obras de manutenção necessárias para evitar agora o encerramento». Mas, acrescentou, «é preferível fechar agora do que, mais tarde, ocorra algum acidente».

O autarca não põe sequer a hipótese de que a linha possa não reabrir: «Está completamente fora de questão.»

O medo de andar na estrada

Maria José Carvalho, residente em Alvações do Corgo, anda de comboio desde os 11 anos, e esta manhã teve que apanhar o autocarro, que substituiu o comboio da Linha do Corgo.

A passageira disse que nunca teve um acidente com o comboio e admitiu que tem «muito mais receio de andar de carro».

Ainda por cima, acrescentou, a estrada que liga Alvações do Corgo a Vila Real é «muito perigosa, tem muitas ravinas e ainda tem gelo em alguns sítios onde não bate o sol».
Continue a ler esta notícia

Relacionados