Em declarações à agência Lusa, Jorge Ferreira, pai da jovem de 15 anos que integra o grupo de oito agressores identificado pelas autoridades, disse ainda ter tido conhecimento do vídeo quando este foi divulgado na rede social Facebook na terça-feira, manifestando-se "chocado" com o que viu e com o envolvimento da filha.
"A minha filha está em pânico, o que só por si já é bom. Para além de ter mostrado arrependimento, mostrou medo, o que pode ajudar a prevenir eventuais futuras situações", afirmou.
Após a divulgação do vídeo, na noite de terça-feira, a rapariga deslocou-se "de livre vontade" acompanhada da mãe, ex-mulher de Jorge Ferreira, à PSP da Figueira da Foz, tendo assumido a participação no filme, embora não tenha participado nas agressões, com murros e estaladas, ao rapaz.
Perante as imagens, Jorge Ferreira diz ter ficado com a "sensação" que a filha, com quem não reside, integra um "gangue de adolescentes".
"Se organizado ou não, não sei", desabafou.
A PSP da Figueira da Foz identificou oito alegados agressores : quatro maiores de 16 anos, que serão alvo de procedimento criminal e que estão indiciados, entre outros, pelos crimes de sequestro e ofensa à integridade física e outros quatro, menores de 16 anos, que serão alvo de processos tutelares no tribunal de Família e Menores, disse fonte policial.
O vídeo que mostra duas adolescentes a agredirem um rapaz , numa rua da Figueira da Foz, durante cerca de 13 minutos, no verão de 2014, perante a passividade de outros jovens, já foi visualizado por mais de dois milhões de pessoas e suscitou centenas de insultos e comentários de repúdio.
Os agressores foram alvo de ameaças no Facebook , levando-os a apagar as suas páginas naquela rede social. Devido às ameaças, durante a manhã de hoje, a PSP chegou a reforçar a segurança junto a estabelecimentos de ensino da Figueira da Foz, para prevenir eventuais problemas.
Esta quarta-feira, pelo menos um pai de um jovem, identificado no Facebook como participante no vídeo, deslocou-se à PSP para negar o envolvimento do filho e apresentar uma queixa, devido ao adolescente ter sido alvo de ameaças.