Covid-19: “Passámos do melhor aluno da Europa para o pior. Na segunda onda, fomos os últimos a confinar" - TVI

Covid-19: “Passámos do melhor aluno da Europa para o pior. Na segunda onda, fomos os últimos a confinar"

O pneumologista Filipe Froes, coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, foi convidado e entrevistado por Miguel Sousa Tavares no Jornal das 8

Desde a última segunda-feira, morreram em Portugal 1860 pessoas vítimas do SARS-CoV-2. Há sete dias consecutivos que morrem mais de 200 pessoas em território português por culpa da cavid-19. Somos agora o país do mundo com o pior registo pandémico. 

O pneumologista Filipe Froes e coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos considera que a situação pandémica atual é o reflexo evidente do alívio das restrições no Natal, contra a recomendação de todos os especialistas, aliada a uma demora na implementação de um segundo período de confinamento geral.

Passámos do melhor aluno da Europa para o pior. Na segunda onda, fomos os últimos a confinar", lembra.

 

Filipe Froes reconhece que a atual situação pandémica, em Portugal, “é muito difícil” e que é imperativo aprender com os erros cometidos. 

O especialista refere que a única boa notícia é a existência de cada vez mais vacinas, mas aponta que a pandemia se vai manter pelo menos até ao fim do ano.

Vamos ter atividade viral importante durante todo o ano”, disse.

 

Ainda assim, Froes considera que são necessários reajustes ao plano de vacinação nacional contra a covid-19. 

O pneumologista discorda da decisão de deixar os idosos, com mais de 70 anos, fora das listas prioritárias e defende que Portugal deveria seguir a estratégia dos "80, 80, 80" defendida pela própria OMS, que consiste em vacinar numa primeira fase 80% dos profissionais de saúde e 80% das pessoas com mais de 80 anos.

Há várias medidas que têm de ser revistas. A mortalidade nas pessoas com mais de 70 anos ronda os 13%”, reitera.

 

Filipe Froes alerta ainda que na segunda fase da administração da vacina contra a covid-19 serão necessários centros de vacinação de massas.

O médico clarifica que os centros de saúde não têm capacidade, dimensão nem profissionais de saúde suficientes para vacinar um volume de pessoas tão elevado.

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