"Com as alterações climáticas os incêndios tendem a ser mais frequentes e com intensidade cada vez mais elevada" - TVI

"Com as alterações climáticas os incêndios tendem a ser mais frequentes e com intensidade cada vez mais elevada"

Domingos Xavier Viegas, investigador e especialista em incêndios florestais, alerta para a necessidade de ensinar às pessoas como prevenir os fogos e como devem agir numa situação de perigo

Milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar os locais onde se encontravam na Grécia e na Turquia devido aos incêndios que nos últimos dias não têm dado descanso aos bombeiros. O que está a provocar estes grandes incêndios na Europa? Domingos Xavier Viegas, investigador e especialista em incêndios florestais, considera, antes de mais, que um dos motivos são as "ondas de calor, períodos de dias seguidos com temperaturas muito elevados que criam condições favoráveis para que os incêndios ocorram e se propaguem com grande intensidade".

Depois, sublinha "o facto de a grande maioria dos incêndios é causado por ação humana", "o que leva a crer que as pessoas não têm o devido cuidado".

E, finalmente, diz este especialista à TVI24, "o que estes incêndios nos estão a mostrar é que com as alterações climáticas, os incêndios tendem a ser cada vez mais frequentes, ocorrerem em regiões do planeta onde não eram tão frequentes e a terem intensidades cada vez mais elevadas".

"Isso é preocupante. Algo tem de ser feito, a começar pelo comportamento das pessoas", alerta. "Algumas lições já foram apreendidas", diz, sublinhando que apesar da gravidade dos fogos, o número de vítimas é reduzido, porque já há uma "preparação" e as autoridades já sabem como agir nestas situações.

No que toca ao nosso país, Domingos Xavier Viegas considera que "houve uma melhoria clara desde 2017", sobretudo no que toca à "gestão da limpeza em volta das casas, não apenas por força da lei mas também pela compreensão e sensibilização das pessoas", e isso pode ser determinante para evitar a destruição de habitações, por exemplo.

O que é mais urgente em portugal é a continuação deste trabalho junto das populações, falta chegar a muredaçãoita gente para prepará-las para a eventualidade de um incêndio chegar próximo das suas casas mas também para saberem o que fazer para evitar que qualquer dado possa suceder à sua própria vida."

E depois, diz, "falta a gestão da floresta num seu todo, que os espaços florestais sejam melhor geridos, que haja um melhor ordenamento, e que quando e façam novas plantações se veja o que se está a fazer. As coisas não podem continuar a ser como eram no passado".
 

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE