Mais de 60 concelhos de Portugal em risco máximo de incêndio - TVI

Mais de 60 concelhos de Portugal em risco máximo de incêndio

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  • 3 ago 2020, 07:27

Várias localidades de norte a sul do país enfrentam restrições durante o período da situação de alerta

Mais de 60 concelhos do interior Norte e Centro e do Algarve estão esta segunda-feira em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê vento forte nas terras altas.

Por causa do "significativo agravamento do risco de incêndio rural", o Governo decretou no domingo a situação de alerta em Portugal continental, que se mantém até às 23:59 de terça-feira e prevê a proibição de queimadas e o uso de fogo-de-artifício ou de qualquer outra pirotecnia, assim como o acesso e a circulação em espaços florestais "previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios".

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) colocou também no domingo os distritos de Santarém e Faro em alerta de prontidão de nível vermelho e em alerta laranja quase todo o restante território, à exceção dos distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo, que estão em alerta amarelo.

Estes estados de alerta especiais determinam o grau de prontidão de resposta dos meios de combate à incêndios.

Quanto ao risco de incêndio definido pelo IPMA, que é calculado a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas, será hoje máximo em mais de 60 concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Portalegre, Castelo Branco, Leiria, Santarém e Faro.

Em risco elevado estarão mais de uma centena de outros municípios no interior Norte, Centro e Algarve e em risco elevado outros cerca de 80 concelhos dos distritos de Braga, Porto, Aveio, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro.

O risco de incêndio calculado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.

O IPMA prevê para hoje vento forte de noroeste com rajadas no litoral oeste e nas terras altas do Centro e Sul.

As temperaturas máximas vão variar entre os 23º (Porto e Aveiro) e os 34º (Faro, Beja e Castelo Branco) e as mínimas entre os 14º (Braga, Viseu e Coimbra) e os 21º (Faro).

Especial atenção a Faro e Santarém

A ANEPC colocou os distritos de Santarém e Faro em alerta de prontidão de nível vermelho, devido ao aumento do risco de incêndio, e apelou ao cuidado das populações.

"Vamos ter um quadro meteorológico bastante severo com incremento da velocidade do vento. Nos próximos dois dias teremos vento bastante forte, não só durante o dia, mas também à noite, e com reduzida recuperação da humidade retida durante a noite", afirmou Miguel Cruz, comandante de agrupamento distrital, em conferência de imprensa na sede da ANEPC, em Carnaxide.

Nesta ótica, o apelo é para que a tolerância ao uso do fogo seja zero e não exista qualquer atividade que possa originar qualquer ignição”, disse o responsável, acrescentando ainda que foi determinado o estado especial de alerta de prontidão de nível vermelho para distritos de Santarém e Faro.

Os estados de alerta especiais determinam o grau de prontidão de resposta dos meios de combate à incêndios.

Em alerta amarelo ficam os distritos de Porto, Braga e Viana do castelo e em alerta laranja os restantes distritos de Portugal continental.

Em função do aumento dos estados de prontidão, foi aumentado o conjunto de meios de resposta imediata com quatro grupos de reforço dos corpos de bombeiros, quatro grupos de reforço da unidade especial de proteção e socorro da GNR e três grupos de reforço da força especial da Proteção Civil. Foi ainda solicitada a ajuda das Forças Armadas para a realização de patrulhamentos preventivos.

Segundo o comandante de agrupamento distrital, o vento terá especial incidências na faixa litoral de Portugal continental e nas áreas montanhosas do Centro e Sul, mas também na região Norte há condições favoráveis a incêndios devido à “secura muito significativa da humidade dos combustíveis e grande disponibilidade dos mesmos”.

Questionado sobre já se notam no terreno os efeitos da responsabilização dos proprietários na limpeza dos terrenos, o comandante de agrupamento distrital disse que tem verificado essa preocupação e que a limpeza permite aos combatentes não estarem tão focados em proteger os aglomerados populacionais e as infraestruturas, focando-se mais na frente de combate.

Vimos no último incêndio na Covilhã que em vastas áreas onde estavam limpos os espaços consagrados na legislação não houve necessidade particular de efetuar proteção a esses mesmo aglomerados. Este é um trabalho tem de ser repetido todos os anos, porque a vegetação volta a crescer, mas tem de ser feito porque temos uma profusão significativa de espaços rurais de pequenina dimensão espalhados por todo o território”, afirmou.

Portugal continental está em Situação de Alerta desde as 20:00 de domingo, e até ao dia 4, face à previsão de "um significativo agravamento do risco de incêndio rural", anunciou hoje o Governo.

A decisão é tomada "face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio rural", pelo que há necessidade de "adotar medidas preventivas e especiais de reação".

Em Situação de Alerta é proibida a realização de queimadas e o uso de fogo-de-artifício ou de qualquer outra pirotecnia, e é proibido o acesso e a circulação em espaços florestais "previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios".

Não são permitidos trabalhos com equipamentos elétricos em espaços florestais ou rurais, como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.

Nesta Situação de Alerta é permitido, por exemplo, alimentar animais, fazer podas, regas, extração de cortiça e mel, colheitas de culturas agrícolas, desde que "sejam de caráter essencial e inadiável", em zonas de regadio, sem materiais inflamáveis e fora de floresta e mata.

São permitidos ainda trabalhos de construção civil, "desde que inadiáveis e que sejam adotadas as adequadas medidas de mitigação de risco de incêndio rural".

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