Grandes incêndios com fim à vista - TVI

Grandes incêndios com fim à vista

  • Redação
  • CM - notícia atualizada
  • 12 ago 2016, 23:29

Fogos mais complicados lavram no distrito de Aveiro desde segunda-feira. Arouca, cujo fogo tinha sido dado como dominado, volta a preocupar a Proteção Civil. Chamas também persistem em Águeda e, mais recentemente, Sever do Vouga

Os quatro grandes incêndios que ainda estão ativos deverão “ficar resolvidos” até à manhã de sábado, mas o estado de 'Alerta Laranja' vai manter-se até 15 de agosto, anunciou nesta sexta-feira o comandante operacional nacional da Proteção Civil.

“Até ao próximo dia 15 de agosto [segunda-feira], o estado de prontidão vai manter-se ao nível em que está”, afirmou José Manuel Moura, durante uma conferência de imprensa realizada ao início da noite, explicando que é nessa altura que, segundo as previsões, as condições meteorológicas “vão dar algumas tréguas”.

O país vai continuar, por isso, em 'Alerta Laranja', o segundo mais grave de uma escala de quatro, mas o comandante acredita que nas próximas horas a situação deverá melhorar, ainda que existam cinco incêndios ativos que preocupam a ANPC.

“Três têm muito potencial para ficar resolvidos até à meia-noite”, disse José Manuel Moura, referindo-se aos fogos em Santo Tirso (no distrito do Porto), Vila Real (em Mondim de Basto) e Resende (Viseu), sendo que este último permanece ativo, segundo a página da Proteção Civil, à 01:00.

Os três incêndios do distrito de Aveiro – em Arouca, Águeda e Sever de Vouga - continuam a ser “uma preocupação”.

Os fogos de Águeda e Sever de Vouga “deverão dar algum trabalho durante a noite, mas durante a próxima manhã acredito que estarão resolvidos”, antecipou.

“Em Viana de Castelo conseguimos eliminar todos as situações que aconteciam naquele distrito”, disse, acrescentando que poucos minutos depois das oito da noite também o incêndio de Arouca “acabou por ficar dominado”.

Entre a meia-noite e as 20:00 desta sexta-feira, a Proteção Civil registou 260 ocorrências em Portugal continental, que obrigaram à mobilização de 4.600 homens, 1.200 meios de apoio e 87 missões com meios aéreos. Foi ainda preciso mobilizar 31 grupos de reforço, enviados para o norte do país.

O comandante tem esperança de não vir a precisar dos dois aviões russos 'Beriev', que chegam esta madrugada a Portugal e que têm muito mais capacidade para transportar água do que os 'Canadair'.

Fogos na Madeira "completamente controlados"

O comandante operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil manifestou a convicção de que a situação dos incêndios da Madeira poderá estar “completamente controlada” ainda durante a noite de hoje.

“É espetável que no final do dia de hoje a situação se encontre completamente controlada”, uma vez que “os trabalhos estão a decorrer favoravelmente”, afirmou José Manuel Moura.

Segundo o mesmo responsável, o dia de hoje na Madeira, mas também em Portugal continental, foi “muito positivo”, uma melhoria que fez questão de atribuir às equipas que estão a trabalhar no terreno “em condições meteorológicas extremamente adversas”.

O incêndio na Calheta está em fase de resolução, segundo a Proteção Civil de Madeira.

Segundo a mesma fonte, a situação na Madeira "está controlada e existem apenas alguns reacendimentos", que os bombeiros estão a monitorizar.

As previsões meteorológicas indicam que até domingo haverá um aumento da temperatura, que pode atingir os 29/31 graus na costa sul da Ilha.

Devido à situação dos incêndios que fustigam a Madeira desde segunda-feira, foi acionado, na terça-feira, o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil.

Os incêndios na Madeira começaram na freguesia de São Roque, no Funchal, e alastraram-se a outras zonas do concelho, provocando três vítimas mortais, cerca de mil desalojados temporários, mais de duas centenas de imóveis foram destruidos ou afetados e há avultados danos materiais.

Os quatro fogos que mais preocupam

Quatro fogos florestais estavam assinalados à 01:20 como "ocorrências importantes" na página da Proteção Civil: Viseu (Resende) e Aveiro, onde persistem três fogos complicados: Arouca, Águeda e Albergaria-a-Velha.

Só no distrito de Aveiro, o mais fustigado pelos incêndios, continuam no combate às chamas mais de 1.000 operacionais, sobretudo depois de o fogo em Arouca ter voltado a constar da página da Proteção Civil, na sequência do alastramento a São Pedro do Sul.

Em Resende estão 103 operacionais e 23 meios.

Metade do concelho de Águeda já foi consumido pelas chamas e as povoações têm vivido em permanente sobressalto.

Na quinta-feira o autarca de Águeda emocionou-se, em declarações à TVI24. Nesta sexta-feira, a TVI testemunhou no local o cansaço dos habitantes do concelho, impotentes perante a força das chamas.

O incêndio em Arouca, que começou em Janarde na segunda-feira, foi o que apresentou maior perímetro, mas ao cair da noite foi dado como dominado. Ao final do dia de ontem a situação no concelho estava mais calma, depois de, durante a manhã, as chamas terem andado muito perto das casas e terem atingido os passadiços do Paiva - estrutura que já tinha sido afetada por um incêndio em 2015. Agora, volta a preocupar.

Ao longo do dia, Anadia também registou outro foco relevante e contou com 310 operacionais, 96 veículos e quatro meios aéreos para o combate às chamas, incluindo dois canadairs de Marrocos. Ao final do dia, estava dominado. Na quinta-feira o fogo ameaçou habitações e obrigou à evacuação do hotel do Buçaco. 

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