Sardoal: indícios de crime na origem do fogo

Vários indícios sustentam a «tese de origem criminosa» do incêndio que deflagrou segunda-feira no Sardoal e se estendeu a Mação e Abrantes, segundo fonte da Polícia Judiciária (PJ), noticia a Lusa.

Segundo fonte da PJ de Leiria, «a investigação prossegue no local e existem indícios que apontam para a sustentabilidade da tese de origem criminosa».

Há «fortes suspeitas de origem dolosa», disse a mesma fonte, adiantando que a PJ ainda não tem conhecimento dos engenhos ou artefactos explosivos que o presidente da Junta de Freguesia de Alcaravela, Manuel Serras, disse esta quarta-feira ter encontrado na zona do incêndio.

«A PJ recebeu um pedido de averiguações na segunda-feira, pelas 13:55, e de imediato iniciou as diligências com vista ao esclarecimento dos factos. Mas os engenhos ou artefactos encontrados pelo presidente da Junta não me foram relatados por essa ou outra via», disse um responsável da PJ de Leiria.

Manuel Serras, que disse ter chamado a PJ depois de ter encontrado os artefactos explosivos, diz agora ter sido à GNR que deu conhecimento, «esperando que o procedimento seguinte fosse o de avisar a Judiciária, mas parece que não foi assim».

Engenhos «estavam em combustão lenta»

Manuel Serras contou ter encontrado dois diferentes engenhos na zona do incêndio que, segundo a protecção civil de Santarém, consumiu uma área de cerca de dois mil hectares nos três concelhos afectados.

«Um deles tinha uma espécie de rastilho e o outro tinha várias bolinhas brancas, tipo cabeças de fósforo, que estavam em combustão lenta escondidas num buraco debaixo de uma carqueja. Só fui ver porque achei estranho estar a sair fumo dali», explicou o autarca.

Segundo Manuel Serras, «as bolinhas estavam envoltas em caruma e quando as mandei para o caminho começou tudo a arder numa roda de 10 metros».