Legionella: mesmo que beba água contaminada não fica infetado - TVI

Legionella: mesmo que beba água contaminada não fica infetado

No entanto, se respirar as gotículas da água contaminada corre riscos de ficar infetado, explicou Francisco George, na TVI, que não afastou a possibilidade de contágio nos duches. O diretor geral de Saúde explicou ainda que as gotículas pode ser formadas em «grandes torres de arrefecimento» e não no ar condicionado «de janela»

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O diretor geral de Saúde, Francisco George, explicou este sábado no Jornal da Uma, na TVI, como se transmite a bactéria Legionella, exemplificando que mesmo que se beba água contaminada «não há problema». A bactéria, que não se transmite de pessoa para pessoa, entra no organismo através da inalação, não estando, assim, afastada a possibilidade de contágio nos duches. 

«É uma bactéria que vive em meio aquático e que se transmite de forma bizarra», sublinhou Francisco George, especificando que a bactéria sobrevive na água da natureza e não «nos sistemas de água tratada que têm cloro».

A bactéria Legionella transmite-se por «inalação, isto é, respirando a bactéria», explicou, questionando: «Mas como é que a bactéria da água é respirada?»

«É através da produção, formação de aerossóis. O que são aerossóis? São muito pequenas gotículas, do repuxo, do duche, de tudo aquilo que possa fabricar aerossóis, como por exemplo alguns sistemas de ar condicionado, que não os da janelas, mas aquelas grandes torres de arrefecimento».


Francisco George voltou a sublinhar que «a bactéria não se transmite de pessoa para pessoa» e exemplificou: «Esta bactéria não se adquire por ingestão de água. Mesmo que bebamos, que tínhamos aqui um copo de água, que foi colhida numa linha de água, não tratada e que tenha legionella, se a bebermos não há nenhum tipo de problema. Mas se inalarmos gotículas, tipo aerossol que ela possa produzir, através de qualquer sistema que provoque gotículas, repuxos» pode haver contaminação. Instado a explicar uma possível contaminação nos duches, o diretor geral de saúde não afastou a possibilidade, recomendando à população que fique atenta às recomendações que em breve serão divulgadas, provavelmente durante a tarde deste sábado. 



O diretor geral de Saúde admitiu que o surto de legionella verificado em Vila Franca de Xira «é um problema que não é habitual» dada «a magnitude e gravidade».

«As pessoas têm razões para estar atentas e preocupadas, é um problema que não é habitual, uma situação deste tipo, com esta magnitude e gravidade não é habitual», disse o diretor-geral de Saúde, admitindo que surjam novos casos nas próximas horas e dias, dado que o período de incubação da doença é de uma semana a 10 dias.

«É possível haver mais casos nas próximas horas e nos próximos dias», disse Francisco George, considerando que as pessoas devem estar «alertadas e preocupadas, mas não alarmadas», até porque, só este ano, já houve 88 casos de legionella em Portugal.


Quanto aos grupos de risco, Francisco George apontou as pessoas com mais de 50 anos e os grandes fumadores
, lembrando que a única vítima mortal
, até agora, era um fumador «de mais de dois maços por dia», que por causa disso «tinha um fator de risco que determinou esta evolução».

O Ministério da Saúde iniciou na sexta-feira «um inquérito epidemiológico para averiguar a fonte potencial de contaminação» e constituiu uma equipa liderada pelo Diretor Geral da Saúde para acompanhar o tema.

A equipa é constituída pela Direção Geral de Saúde, Instituto Nacional de Saúde dr. Ricardo Jorge, delegados de Saúde e Administração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, e o ministro tem «acompanhado pessoalmente a evolução da situação e participado em algumas reuniões».

A bactéria legionella já infetou mais de 60 pessoas em Portugal e causou a morte de um homem de 59 anos
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