Esperou mais de uma semana para ser operada de urgência - TVI

Esperou mais de uma semana para ser operada de urgência

Coimbra: nova área cirúrgica nas urgências

Mulher de 75 anos caiu e fraturou o fémur, tendo sido transferida para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. A administração nega acusações e diz que respeitou «boa prática clínica»

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A família de uma mulher de 75 anos, que fraturou o colo do fémur, acusou esta terça-feira o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) de demorar mais de uma semana para operar a doente, situação rejeitada pela administração hospitalar.

Guida Santos, filha da septuagenária, denunciou esta terça-feira, em carta aberta, que a mãe deu entrada no Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, no dia 25 de agosto, após uma queda no Lar onde se encontrava, tendo sido transferida para o CHUC.

«Após análise feita pelo médico daquele serviço, a utente tinha uma fratura do colo do fémur e por isso tinha que ser reencaminhada, o quanto antes, para o serviço de urgência para uma imediata intervenção cirúrgica», conta Guida Santos, referindo que a mãe deu entrada no CHUC pelas 04:07.

Dada a gravidade da situação, acrescenta, «o médico que recebeu e acompanhou a utente informou que a mesma iria ser intervencionada naquele dia (25 de agosto)».

No entanto, a paciente teve alta às 09:06 e deu entrada no serviço de Ortopedia D, onde ainda se encontra.

A filha da doente garante, na carta aberta, que a justificação hospitalar para o facto de a doente não ter sido operada se deveu «à indisponibilidade de salas no hospital e de outras condicionantes, nomeadamente devido às férias do pessoal e à falta de recursos», criticando a «má gestão e organização dos serviços».

No entanto, a administração dos HUC explicou esta terça-feira à tarde, em comunicado enviado à agência Lusa, que a doente, internada na enfermaria de Ortopedia, toma vários medicamentos, entre eles antiagregantes plaquetários, pelo que existem «riscos elevados de hemorragia, quer no pré-operatório quer no pós-operatório».

«Pelo que, de acordo com as recomendações relativas à boa prática clínica (da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia) deve-se suspender a toma deste medicamento e aguardar por um período de segurança de cerca de 10-11 dias, salvo se existir risco para a vida da doente, o que não é o caso», refere o comunicado.

O CHUC garante, no mesmo documento, que a doente se encontra em vigilância no Serviço de Ortopedia, «aguardando que passe o período janela de segurança e de acordo com as normas de atuação ortopédica (repouso no leito e tração ao membro fraturado e analgesia)».

«A cirurgia está prevista para esta semana (quarta ou quinta-feira), tendo em atenção a avaliação de risco que será realizada entretanto pelos ortopedistas e pelos anestesistas e, eventualmente, pelo internista», lê-se no comunicado.

Segundo Guida Santos, além do envio para o presidente do Conselho de Administração dos CHUC, a carta aberta foi também endereçada aos gabinetes do Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Saúde e secretários de Estado, à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, à Entidade Reguladora para a Saúde, à Administração Regional de Saúde do Centro, ao Provedor de Justiça e aos grupos parlamentares.
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