O Tribunal São João Novo, no Porto, condenou 19 pessoas a penas entre os nove e 17 anos de prisão pelo furto de cartões e cadernetas de acesso a caixas automáticas, que depois usavam para levantar dinheiro.
Outros dois arguidos foram absolvidos por não ter sido provada a prática dos crimes. Este processo envolvia ainda mais 17 suspeitos, mas que não foram julgados por estarem em parte incerta.
Num acórdão com 2.112 páginas, o coletivo de juízes condenou ainda os arguidos, todos de nacionalidade estrangeira, ao pagamento de indemnizações às 120 vítimas, depois de 30 terem desistido da queixa, num total de cerca de 45 mil euros.
Segundo a acusação, os arguidos obtinham o código dos cartões ou cadernetas de acesso a caixas automáticas, observando os titulares a digitarem os números e decorando-os. Depois furtavam tais cartões, num esquema em que os alvos eram sobretudo pessoas idosas.
Posteriormente, levantavam “todo o dinheiro possível” das contas dos titulares e pagavam compras, frisava a acusação.
Os crimes ocorreram de janeiro de 2009 a abril de 2013, tendo-se iniciado na zona de Lisboa e, depois, estenderam-se “paulatinamente” a todo o país.
“O grupo era essencialmente composto por várias famílias de cariz patriarcal, hierarquizado e com divisão definida de tarefas, cujo campo de ação se estendeu por vários países da Europa, vivendo exclusivamente dos proventos obtidos com a prática dos factos ilícitos”, referiu a acusação.
Alguns dos acusados usavam mais do que uma identificação, salientou.
Condenados pelos crimes de associação criminosa, roubo, burla informática e furto qualificado, os arguidos irão agora decidir se pretendem ou não ser extraditados para o seu país natal.