Mau tempo: situação no rio Douro com "melhoria significativa"  - TVI

Mau tempo: situação no rio Douro com "melhoria significativa" 

  • Atualizada às 11:59) (Notícia originalmente colocada 21-12-2019 23:38) HCL e ALM com Lusa
  • 21 dez 2019, 10:59

Efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo

O capitão dos portos do Douro e Leixões disse hoje que a situação em relação às cheias nas ribeiras do Porto e Gaia é de “melhoria significativa”, devendo a água começar a baixar ao início da tarde.

A situação está a melhorar, neste momento temos apenas a começar a aparecer água na zona de Miragaia, que é sempre a primeira onde começa aparecer quando o rio sobe de nível. No entanto, isto está a coincidir com o período da maré cheia e ao início da tarde esta água deve baixar”, disse Cruz Martins.

Face a todos os dados que estão disponíveis, nomeadamente, da quantidade de água que existe nas várias albufeiras para montante da foz do Porto e de Gaia e às descargas que necessariamente têm de ser feitas pelas barragens, “a nossa previsão é de que a situação melhore francamente relativamente ao dia de ontem [sexta-feira]”, sublinhou.

Ou seja, “em princípio, da parte da tarde a água vai baixar e não extravasará o leito do rio Douro depois, próximo do final do dia, por volta da meia-noite, irá coincidir novamente o período de maré cheia e aí a água pode eventualmente voltar aumentar um pouco”, afirmou Cruz Martins.

O responsável da Capitania dos portos do Douro e Leixões frisou que “de uma forma geral e face aos dados disponíveis neste momento, a tendência é de melhoria significativa relativamente ao que se passou ontem [sexta-feira] em termos de alagamentos”.

As albufeiras já começam a ter mais alguma capacidade de encaixe de água e isso já permite que não seja necessário fazer descargas de quantidades tão grandes como tem sido necessário fazer até agora”, acrescentou.

Relativamente à costa, o responsável referiu que “está a chegar uma nova depressão, que vai trazer vento forte, com rajadas na ordem dos 40 nós (cerca de 80 quilómetros por hora) e, sobretudo, ondulação forte, na ordem dos sete metros”.

À população em geral recomendamos que se afaste das zonas dos molhes para não ser surpreendida pela ondulação fruto da depressão bastante cavada que se tem aproximado da costa Norte e que traz bastante força. Galga sítios que pessoas com menos experiência não conseguem antecipar”, acrescentou.

O caudal do rio Douro baixou esta noite cerca de 2,5 metros na zona de Peso da Régua sem chegar a galgar a principal avenida da cidade, a João Franco, já tinha dito o comandante dos bombeiros.

Durante a tarde de sexta-feira, comerciantes com a ajuda de bombeiros e funcionários da câmara municipal retiraram máquinas, arcas congeladoras, mobílias e roupas de todas as lojas da João Franco, aquela que é a principal artéria da cidade do distrito de Vila Real.

O caudal do Douro chegou a subir cerca de oito metros acima do leito normal e as previsões apontavam para que pudesse galgar a via, tendo permanecido, no entanto, a cerca de um metro abaixo da artéria.

O comandante dos bombeiros de Peso da Régua, Rui Lopes, disse à Lusa, pelas 01:00, que nas últimas cinco horas o rio tem estado a descer “cerca de meio metro por hora”, prevendo-se que esta tendência se mantenha durante a noite.

Àquela hora estavam mobilizados para a ocorrência 21 operacionais, bombeiros, militares da GNR e Proteção Civil Municipal, e ainda sete viaturas.

Rui Lopes disse ainda que, durante o dia, as atenções vão estar centradas nos efeitos da depressão Fabien.

Na Régua, o rio começou por inundar, ainda na quinta-feira à noite, o cais fluvial e o bar e a loja de artesanato ali instalados e, ao início da tarde de sexta-feira, entrou na avenida do Douro.

A Câmara de Peso da Régua cortou ao trânsito as avenidas do Douro, Galiza e João Franco.

A passagem da depressão Elsa provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e hoje cerca de 8.500 ocorrências no continente português, na sua maioria inundações e quedas de árvore, envolvendo cerca de 25 mil operacionais.

Veja também: Depressão "Elsa" já fez dois mortos e um desaparecido

O mau tempo provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

No balanço das 20:00 de hoje, a Proteção Civil indicou que, apesar do “ligeiro desagravamento das condições meteorológicas” durante o dia, a situação no rio Douro, na Régua, Porto e Gaia, ”é preocupante”.

Três distritos (Beja, Faro e Setúbal) mantêm-se com aviso laranja (o segundo mais grave) até às 06:00 de sábado, devido a agitação marítima, enquanto 11 distritos estão sob aviso amarelo por causa de precipitação e/ou agitação marítima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

Os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

 

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