Paredes de Coura: três cavalos abatidos - TVI

Paredes de Coura: três cavalos abatidos

Garranos mortos em Paredes de Coura

Eleva-se para 18 o número de animais mortos, no Alto Minho, em menos de um ano

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A recente descoberta, em Paredes de Coura, dos cadáveres de três cavalos, dois deles de raça garrana, mortos a tiro, eleva para 18 o número destes animais mortos no Alto Minho, em menos de um ano, disse fonte policial, citada pela Lusa.

Segundo fonte da GNR local, os corpos dos três cavalos foram descobertos, no monte da Senhora da Pena, em Paredes de Coura, por residentes na zona, que chamaram as autoridades.

Os equídeos apresentam buracos de tiros e diversas equimoses que indicam que terão sido alvo de «pauladas» antes de serem abatidos.

Em 2008, a GNR registou o abate a tiro de caçadeira, com recurso a chumbo de zagalote, de dez animais de raça garrana, em Corno de Bico, na zona montanhosa de Paredes de Coura. Dias depois, apareceram outros cinco mortos, da mesma forma, em Mourim, no vizinho concelho de Melgaço.

O caso está a ser analisado pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Arcos de Valdevez que já esteve no local a recolher dados para a subsequente investigação criminal.

Pedro Alarcão, um ecologista que estuda o lobo e a vida selvagem na região, disse que, na maior parte dos casos, o abate deve-se ao facto dos cavalos andarem soltos no monte, comendo tudo o que apanham e invadindo propriedades privadas.

«Comem o feno, o trigo ou o centeio e os donos dos terrenos ficam furiosos, optando, erradamente, por mata-los, já que ninguém os indemniza dos prejuízos», salientou.

Pedro Alarcão, que tem uma pequena empresa de turismo ecológico na região de Melgaço, a Ecotura, garante que, desde há um ano, em Melgaço, e que se saiba, não se registou nenhum caso.

«As populações estão sensibilizadas para a necessidade de preservação do garrano», sublinhou.

O cavalo garrano tem a sua origem no cavalo ibérico pré-histórico de pequena estatura que era característico das regiões montanhosas do norte da Península Ibérica.

As pinturas rupestres em locais como La Pasiega e Altamira, em Espanha, são registos importantes para descrever a morfologia daquele que é considerado o ancestral do cavalo garrano.

Este animal tem membros e orelhas curtas e o perfil da cabeça é recto ou côncavo, distribuindo-se principalmente pelas serras do norte de Portugal, designadamente na Serra do Gerês, onde existe já um Centro de Interpretação do Garrano, que cria cavalos, e promove actividades equestres.
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