«Ouvi dizer que até com o computador fazem amor» - TVI

«Ouvi dizer que até com o computador fazem amor»

Namorados

Reportagem da Agência Lusa «põe a nu» as diferenças sexuais entre as gerações

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A forma de encarar o namoro e a «vida íntima» difere entre gerações mas em comum denota-se a «busca pelo prazer» e «agradar» o parceiro, embora nos mais velhos a «vergonha» não deixe admitir «o agrado» num «acto de amor», revela a reportagem da Agência Lusa.

Gracinda e Joaquim Mota estão casados há 66 anos. Têm 6 filhos «maravilhosos», 4 netos «esplêndidos» e uma vida de «muito amor e prazer» em comum, ambos «na casa dos noventa».

«Com tantos anos de casados, ou tínhamos prazer juntos ou isto já tinha dado para o torto há muito», graceja Joaquim em entrevista à Agência Lusa. O tema «sexo» não se fala frente ao marido, adverte Gracinda, que, no entanto, abriu uma «excepção» até porque, justifica, «os tempos mudaram».

Como viveram a intimidade sexual? «Com prazer, mas dentro das leis de Deus», adiantou Joaquim. «Casámos puros», esclarece Gracinda. «Mas não continuámos puros, como provam os nossos seis filhos», completa Joaquim, entre risos.

«Gostávamos muito um do outro. Como deve imaginar não nos amámos só seis vezes. Até porque nos primeiros tempos nem sabíamos muito bem o que fazer. Fomos descobrindo», explica Joaquim, visivelmente mais à vontade que a mulher.

«Sabe menina, fui educada a não falar destas coisas, justifica, assim, a face ruborizada quando Joaquim afirma que nem sabia que aquilo é que era um orgasmo». Chamavam-lhe «o agrado».

Mesmo não sabendo o que era «aquilo», Joaquim diz saber «que era bom e sabia bem» e que a mulher também «tinha uns tremeliques pelo meio e não se queixava». Joaquim e Gracinda namoraram ao portão, «o pai dela não permitia grandes aproximações», explica o marido.

«Se ele soubesse o que fizemos depois», graceja Joaquim, que disfarça o riso perante o olhar reprovador da mulher.

«Tivemos uma boa vida no quarto. Não vou negar. Mas porque nos respeitávamos muito. Tive sorte com o marido e com o homem», admite completando que «as raparigas de hoje em dia não têm a mesma sorte. Mas também não se sabem resguardar».

Aos 91 anos, Gracinda diz que não compreende a juventude de hoje: «agarram-se em qualquer canto, sem qualquer pudor.

Elas ainda são mais taradas que eles. Ouvi dizer que até com o computador fazem amor».

«A virgindade está fora de moda»

Paulo e Júlia, (Ju) ainda não chegaram aos 20, têm 19 e 17 respectivamente. Namoram, «ou algo assim», há 3 meses. Iniciaram a vida sexual como casal «três dias depois do primeiro beijo». Paulo explica «a pressa» dizendo que não gosta de «perder tempo», «ou era ou não era». Foi.

Já ambos tinham tido relações sexuais com outros parceiros, «a virgindade está fora de moda», adverte Ju. Mais de 60 anos depois já não se namora ao portão, «usa-se o carro, a casa quando os pais não estão, onde der», enumera Paulo.

«Motéis é que só em dias de festa. São caros e a malta não tem guito para desperdiçar», afirma. Sentada no colo do «namorado», Ju admite que na «primeira vez» com Paulo tinha «as expectativas altas». Paulo manda-a estar calada, ela não se cala.

«É que se não gostasse ia ser uma chatice. Ele é todo machão e ia ser um pontapé forte. Mas até curti», admite.

Paulo sorri. Dá-lhe uma palmada na coxa, aprovou o que Ju disse. «Ela sabe o que é bom», remata, de costas direitas e sorriso nos lábios.
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