16 detidos em megaoperação que desmantelou rede de associação criminosa - TVI

16 detidos em megaoperação que desmantelou rede de associação criminosa

  • AM
  • 18 abr 2018, 19:11

Entre os detidos estão um militar da GNR, um agente da PSP e um funcionário da Autoridade Tributária

Dezasseis suspeitos de associação criminosa foram detidos numa megaoperação conjunta da GNR, da Autoridade Tributária e do DIAP de Sintra. Entre os detidos estão um militar da GNR, um agente da PSP e um funcionário da Autoridade Tributária.

Segundo o comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, os três agentes estão indiciados pela prática dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influências, acesso ilegítimo e abuso de poder. 

Já os dezasseis detidos são suspeitos dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa, exploração ilícita de jogo, jogo fraudulento, usura para jogo, falsificação de documento, falsas declarações agravado, crimes de material de jogo, favorecimento pessoal, fraude fiscal, burla tributária agravada, branqueamento de capitais, tráfico de influências. De acordo com o comunicado da GNR, com estas atividades, os suspeitos obteram avultados lucros num valor estimado de 2.5 milhões de euros, lesando o Estado Português em mais de 700 mil euros.

Na mesma operação, que decorreu esta terça-feira e quarta-feira em Sintra, foram executados oito mandados de busca domiciliária e um mandado de detenção emitidos por juiz instrução criminal, 16 mandados de detenção, 33 mandados de busca não domiciliária, oito deles em estabelecimentos comerciais, dois em escritórios de contabilidade e vários mandados de pesquisa informática, todos emitidos pelo Ministério Público. 

Esta operação teve início em outubro passado, altura em que quatro suspeitos - entre os quais um outro militar da GNR em exercício de funções - foram detidos na sequência de mandados de busca então emitidos pelo Ministério Público.

Os suspeitos, que ficaram em prisão preventiva, dedicaram-se ao tráfico de estupefacientes, entre março de 2016 e outubro de 2017, usufruindo da "experiência de investigação criminal de um militar da GNR para evitar e iludir a obtenção de prova".

Segundo o comunicado da PGDL, "a atividade criminosa dos detidos, prolongada no tempo, só foi possível mediante a colaboração de elementos de forças de segurança e outras entidades que encobriam e auxiliavam a atividade desenvolvida, mediante a prestação de informações confidenciais a que tinham acesso no exercício das suas profissões".

No decorrer das buscas foram apreendidos cerca de 90 contas bancárias, nove viaturas, cerca de 85 mil euros em numerário, documentação relacionada com todos os ilícitos em investigação, registos de contabilidade, máquinas de jogos ilegal, diverso material informático, pequenas quantidades de estupefaciente, 4 armas de fogo, outras três armas, e encerrados três estabelecimentos comerciais.

Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório na quinta-feira. No decorrer das diligências foram ainda constituídos arguidos 17 indivíduos.

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