Aumento do subsídio de fardamento é insuficiente - TVI

Aumento do subsídio de fardamento é insuficiente

GNR

Miguel Macedo esteve reunido esta segunda-feira, pela terceira vez, com as associações socioprofissionais da GNR

As associações socioprofissionais da GNR consideram esta segunda-feira insuficiente o aumento, em 25 euros mensais, do subsídio de fardamento apresentado pelo ministro da Administração Interna, e apelaram à participação de todos os militares na manifestação de 06 de março.

Miguel Macedo esteve reunido esta segunda-feira, pela terceira vez, com as associações socioprofissionais da GNR para discutir alternativas aos cortes salariais e ao aumento do subsistema de saúde (SAD) de 2,5 para 3,5 por cento.

Segundo as associações da GNR, o ministro informou que o subsídio de fardamento vai ser aumentado em 25 euros mensais e, ao longo deste ano, vão ser promovidos os cerca de 500 militares que ficaram de fora nas últimas promoções.

O presidente da Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG), José Lopes, disse à agência Lusa que o aumento do subsídio de fardamento vai ter reflexos no vencimento de abril, mas considerou uma «falácia» este aumento de 300 euros anuais.

O aumento de «300 euros não dá para comprar uma peça de fardamento a que somos obrigados». «Só um casaco custa cerca de 400 euros», afirmou o presidente da ANSG, acrescentando que os militares da GNR vão ter um novo fardamento este ano.

José Lopes manifestou-se desiludido com as reuniões, sublinhando que as medidas apresentadas pelo ministro não minimizam os cortes salariais.

«O Governo sofre de estrabismo ideológico», disse, adiantando que Miguel Macedo foi alertado para as possíveis alterações de comportamentos dos militares.

Também o presidente da Associação Sócio Profissional Independente da Guarda (ASPIG), José Alho, considerou insuficiente o aumento do subsídio de fardamento, apresentado pelo ministro.

«O Governo tira 150 euros à classe mais baixa de guardas e agora está a dar 25 euros. Por mim pode ficar com esse valor», sustentou José Alho, que classificou as três reuniões com a tutela de «uma mão cheia de nada».

Também em desacordo, o presidente da Associação Nacional de Guarda (ANAG), Vergílio Ministro, lamentou que Miguel Macedo apenas tenha apresentado esta segunda-feira os valores do aumento do subsídio de fardamento e se tenha escusado a negociá-los, ao contrário do que tinha prometido.

Virgílio Ministro disse que a promoção de cerca 500 de militares «peca por tardia», tendo em conta que já deviam ter sido promovidos em 2013.

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG), que esteve reunida com o secretário de Estado Adjunto da Administração Interna, considerou «meramente simbólica» o aumento do subsídio de fardamento, que não vai compensar os cortes salários.

Para a APG, a regularização da situação das cerca de cinco centenas de profissionais que ficaram de fora das últimas promoções «consiste apenas da reposição da legalidade».

As associações da GNR apelam aos militares desta força para participarem na manifestação nacional, que a Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança realiza em Lisboa, 06 de março.

A estrutura, que congrega os sindicatos mais representativos da GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima, avisou que, caso o Governo dê uma resposta às reivindicações, o protesto será cancelado.
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