A GNR fez mais de 198 milhões de apreensões de vários tipos de tabaco este ano, quase 100 vezes mais do que em 2015. Em grande medida, o aumento é justificado com as 182 toneladas de folha de tabaco apanhadas numa única operação.
Dados enviados à Agência Lusa indicam que a Unidade de Ação Fiscal (UAF) da Guarda Nacional Republicana fez, até 15 de novembro, 198.609.398 apreensões de vários tipos de tabaco. Em 2015, durante todo o ano, realizou apenas um total de 2.305.735.
Segundo a corporação, as maiores apreensões feitas este ano foram as quase 188 toneladas de folha de tabaco, os cerca de 11 milhões de cigarros, os mais de 10 litros de líquido contendo nicotina e os seis mil charutos.
Segundo o tenente-coronel Paulo Messias, da UAF da GNR, “há um aumento exponencial” das apreensões de tabaco, mas esta subida deve-se a uma investigação que permitiu, no início do ano, apreender, de uma só vez, cerca de 182 toneladas de folha de tabaco.
Paulo Messias justificou também o aumento das apreensões com a subida dos impostos sobre o tabaco.
Sempre que há um aumento dos impostos, aumenta a possibilidade do contrabando dos cigarros”, afirmou, sublinhando que as autoridades têm mais probabilidades de detetarem essas situações, quando há mais cigarros de contrabando a circular.
A maioria do tabaco de contrabando que circula em Portugal vem de fora do país, nomeadamente do Médio Oriente e Ásia", explicou o militar da Unidade de Ação Fiscal.
Por outro lado, e de acordo com a GNR, Portugal passou de um país de trânsito para o contrabando do tabaco para um país de destino.
Há uma década Portugal era um país de trânsito, o tabaco de contrabando que entrava no país ia para Espanha, França e Reino Unido. Atualmente, essas rotas ainda continuam, mas Portugal começa a ter consumo desse tipo de tabaco, passando a ser um país de destino”, disse.