Há 22 elementos do Grupo de Operações Especiais da Polícia de Segurança Pública que estão a processar o Estado por não lhes ter sido pago um suplemento de missão quando estiveram destacados no Chade e na República Centro-Africana, em missão de paz na ONU.
No total, 60 agentes foram mobilizados, mas apenas 36 receberam o suplemento por estarem em cenário de guerra. Os que não receberam avançaram com um processo contra o Estado por tratamento desigual, pedindo ao Tribunal Administrativo de Lisboa que lhes seja paga uma indemnização no montante de 324 mil euros, acrescida de juros, escreve o Jornal de Notícias esta terça-feira.
A missão no Chade e República Centro-Africana decorreu entre maio de 2008 e dezembro de 2010 e, segundo o JN, as duas primeiras equipas dos GOE, que ficaram durante seis meses, não receberam o suplemento de missão porque o então ministro da Administração Interna se atrasou a emitir o despacho sobre as condições de participação na Minurcat (Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana e no Chade). É esta, pelo menos, a alegação dos 22 queixosos, que pedem o valor que deveriam ter recebido: 15 mil euros cada um.
O JN avança ainda que o Grupo de Operações Especiais da PSP dirigiu recentemente outras reivindicações ao Governo, através do diretor nacional da PSP: reclamam exames gratuitos e regulares para despistar a presença de materiais pesados no organismo, alegando que estão expostos a substâncias nocivas para a saúde porque disparam 500 tiros por mês, e pedem igualmente que a profissão seja classificada como de "desgaste rápido", ainda que tenha sido recentemente chumbada no parlamento uma proposta que previa esta classificação para todos os agentes da PSP.