Os conselhos da DGS para os feriados: "O vírus ainda não desapareceu" - TVI

Os conselhos da DGS para os feriados: "O vírus ainda não desapareceu"

A grande preocupação das autoridades continua a centrar-se na região de Lisboa e Vale do Tejo

A Diretora-Geral de Saúde, Graça Freitas, deixou, esta sexta-feira, alguns conselhos para quem vai sair da sua zona de residência durante os feriados da próxima semana. 

O vírus ainda não desapareceu e vai continuar mais tempo entre nós", reforçou Graça Freitas, na conferência de imprensa conjunta da DGS e do Governo para apresentação do boletim epidemiológico desta sexta-feira. . 

A responsável da DGS lembra, por isso, que "não se podem relaxar" as medidas de prevenção. Quem vai para fora nestes feriados deve evitar contactos diretos com pessoas que não fazem parte do seu agregado familiar, manter a etiqueta respiratória, higienizar as mãos, não partilhar objetos como copos ou garrafas e higienizar superfícies. 

Vão ser férias e feriados diferentes, mas é possível divertirem-se e descansarem, mantendo as regras."

Sobre uma eventual proibição de circulação entre concelhos durante os feriados da próxima semana, Graça Freitas é taxativa: 

Quem está doente, quem suspeita que está doente ou quem esteve em contacto com doente, não deve sair de casa. Não é uma questão de sair ou não da região de Lisboa ou Vale do Tejo, é sair de casa. Não deve sequer ir à casa do lado.” 

A responsável da DGS sublinha que "a lógica é que as pessoas não se juntem se não pertencem ao mesmo agregado familiar". "Mais do que saírem para o Algarve ou para o Alentejo, é sair com regras. Cada agregado no seu carro familiar, cumprindo as regras de distanciamento social, de higienização, de etiqueta respiratória", disse. 

Quem tem indicação para ficar em isolamento, deve ficar em casa. Não deve sair de casa! É o nosso grande apelo hoje!"

Lisboa e Vale do Tejo com 89% dos novos casos

 A região de Lisboa e Vale do Tejo tem “números de incidência relativamente elevados” em relação ao resto do país, representando 89% dos novos casos de Covid-19, disse a diretora-geral da Saúde. Graça Freitas afirmou que foram identificados em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) 336 dos 377 novos casos, correspondendo a 89% do total.

A situação em LVT tem sido acompanhada com muita atenção, porque de facto as outras regiões apresentaram uma tendência decrescente, até acentuada, e Lisboa uma tendência estável, mas com números de incidência relativamente elevados em relação ao restante país. Por isso é que em Lisboa temos focado a nossa atenção”, disse Graça Freitas.

Segundo a diretora-geral da Saúde, tem sido dada “uma atenção enorme” ao serem testados “milhares de pessoas”.

Graça Freita sublinhou que esta testagem “tem o grande objetivo de identificar os casos positivos que não estejam sintomáticos” e retirá-los do convívio habitual para os isolar, evitando que “as cadeias de transmissão se continuem a verificar”.

Além da testagem, Graça Freitas destacou também a “grande intervenção” das autoridades de saúde, autarquias, segurança social e forças policiais que têm “assegurado e garantido” que as pessoas cumpram o isolamento.

A mesma responsável frisou ainda que se trata de um “esforço comunitário muito importante para conseguir que a situação em Lisboa estabilize, comece a descer e acompanhe a do resto do país”.

Na intervenção inicial da conferência de imprensa, o secretário de Estado da Saúde revelou que já foram feitas cerca de 13.500 colheitas para diagnóstico da Covid-19 pelo INEM em empresas da Grande Lisboa e na Azambuja.

António Lacerda Sales avançou que na quinta-feira foram realizadas 5.000 colheitas. A estratégia continua a ser “identificar, testar e isolar estes focos”, acrescentou.

Internamentos em Loures e Sintra

O secretário de Estado foi questionado sobre o aumento do número de internados com Covid-19 nos hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, e Amadora-Sintra e com o facto de doentes estarem a ser transferidos destas unidades de saúde para outros hospitais devido à falta de camas nos cuidados intensivos.

Temos uma rede de capacidade ventilação nos hospitais com suficiente expansibilidade para fazer face às necessidades que vierem a surgir”, respondeu, sublinhando que preocupação “é agora centrada na região de LVT”.

António Lacerda Sales deu ainda conta que a taxa de ocupação de camas nos hospitais portugueses é atualmente de 62%, dos quais entre 16 a 20 % é por covid-19.

Regresso do público aos estádios "depende do comportamento"

O regresso do público aos estádios nos jogos da I Liga de futebol dependerá do comportamento dos adeptos nas próximas semanas, afirmou a diretora-geral da Saúde.

No futebol, temos que continuar a acompanhar a situação. Como se estão a portar, se o comportamento dos adeptos vai no sentido de se poder avançar para a abertura ou não [dos estádios]. O comportamento das pessoas difere de contexto para contexto. Temos sempre feito avaliação do risco e é perante isso que recomendamos medidas. Mas, ainda não sabemos se nas próximas semanas vão ser abertos os estádios”, disse Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde falava aos jornalistas na conferência de imprensa diária de balanço sobre a pandemia de covid-19 em Portugal.

Não sei responder se vão estar criadas condições nas próximas semanas ou não para que se mude o parecer sobre o futebol. Temos que ver. Só agora começámos. Vamos no segundo dia de jogos. Temos que esperar um bocadinho para ver se corre bem”, acrescentou.

Portugal contabiliza pelo menos 1.465 mortos associados à Covid-19 em 33.969 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais 10 mortos (+0,7%) e mais 377 casos de infeção (+1,1%).

O número de pessoas hospitalizadas subiu de 445 para 475, das quais 64 se encontram em unidades de cuidados intensivos (mais seis).

 

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