Centro de Saúde dos Açores tem mais de metade dos médicos em greve - TVI

Centro de Saúde dos Açores tem mais de metade dos médicos em greve

Adesão de 11 dos 20 clínicos do posto de Angra do Heroísmo, na Terceira

O Centro de Saúde de Angra do Heroísmo, nos Açores, regista, nesta quarta-feira, uma adesão à greve de 11 dos seus 20 médicos, revelou à Lusa o presidente da Unidade de Saúde de Ilha da Terceira, Luís Dutra.

«Eu sou médico e faço greve porque...»

Este responsável salientou, no entanto, não poder garantir que os restantes nove médicos estejam ao serviço, tendo em conta que alguns se podem encontrar de férias ou a prestar serviços no hospital e em consultórios privados.

Às 09h00 (10h00 em Lisboa), os utentes que aguardavam na sala de espera não tinham sido atendidos, nem sabiam se teriam ou não consulta ainda hoje, sendo que alguns esperavam há mais de uma hora.

«Sabíamos que havia greve, mas, como ninguém nos avisou, viemos», frisou Clara Santos, esposa de um dos utentes que aguardava consulta, acrescentando que lhes foi dito para esperar.

Luís Dutra assegurou que se vão realizar algumas consultas no Centro de Saúde de Angra do Heroísmo, ainda que em número bastante reduzido.

Na sala de espera, as opiniões dos utentes dividem-se sobre os motivos que levaram os médicos a fazer greve, defendendo alguns utentes que os profissionais de saúde devem lutar pelos seus direitos, enquanto outros entendem que esta forma de luta não terá resultados.

Na base deste protesto, durante o qual estão assegurados os serviços mínimos, como se fosse feriado ou domingo, estão 20 reivindicações dos clínicos, entre as quais o fim do concurso de aquisição de serviços médicos.

No pré-aviso de greve, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) recusam «as múltiplas e graves medidas governamentais de restrição no acesso aos cuidados de saúde».

Os clínicos identificam como um dos objetivos deste protesto a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo consta do pré-aviso da greve, os trabalhadores médicos devem garantir a prestação dos cuidados de quimioterapia e radioterapia, de diálise, urgência interna e indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar.

Devem igualmente ser assegurados os serviços de imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue, recolha de órgãos e transplantes e os cuidados paliativos em internamento.
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